Bloomberg — A Heineken alertou que está enfrentando a pior inflação em uma década e disse que os consumidores podem reduzir o consumo de cerveja, ameaçando a recuperação da pandemia.
A cervejaria disse que aumentará os preços de sua cerveja em valores “corajosos” para compensar a alta dos custos de matéria-prima e energia e as taxas de envio. É provável que isso prejudique a demanda por cerveja nas famílias já afetadas pelo aumento do custo de aquecimento, alimentos e roupas.
“Se você olhar para a inflação que estamos enfrentando atualmente, é a mais alta em 10 anos e não é apenas em nossas categorias de produtos - pode haver algo macroeconômico acontecendo aqui”, o CEO Dolf van den Brink disse em entrevista por telefone.
A Heineken adiou a atualização de seu guidance para 2023 até o final do ano, em meio à crescente incerteza sobre o crescimento econômico e a inflação. É a mais recente empresa de bens de consumo a alertar sobre o impacto do aumento dos preços. No início deste mês, a rival dinamarquesa Carlsberg A/S estabeleceu um tom de baixa para a indústria, dizendo que é possível que os lucros não cresçam este ano.
Pode levar vários anos para que as indústrias europeias de bares e restaurantes se recuperem totalmente do impacto da pandemia, devido ao número de estabelecimentos permanentemente fechados pela crise, disse van den Brink. Ainda assim, as marcas premium da empresa, que incluem sua marca homônima e a Amstel lager, têm sido especialmente resistentes, disse o CEO. Os ganhos no Brasil e na Nigéria têm ajudado a compensar parte da fraqueza na Europa.
A Heineken disse que continua visando margem operacional de 17% em 2023, embora tenha sinalizado que isso pode se tornar mais difícil de alcançar.
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