Fed divulga ata da última reunião e mercado busca pistas

Investidores tentam descobrir o tamanho provável do aumento da taxa básica de juros nos Estados Unidos em março

Jerome Powell disse a repórteres após a última reunião que o banco central estava a caminho de subir juros pela primeira vez desde 2018
16 de Fevereiro, 2022 | 04:10 PM

Bloomberg Línea — O banco central americano divulgou, há pouco, a ata de sua última reunião de política monetária. Autoridades do Federal Reserve concluíram em sua reunião de janeiro que a inflação estava muito alta e garantiram que haverá um aumento na taxa básica de juros “em breve”, potencialmente justificando um ritmo mais rápido de aperto.

Os investidores tentam descobrir o tamanho provável do aumento da taxa básica de juros nos Estados Unidos em março e os planos de redução do balanço patrimonial do banco central americano — atualmente em um nível recorde de US$ 8,9 trilhões.

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Após o último encontro, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse a repórteres que o banco central estava a caminho de subir juros pela primeira vez desde 2018 e seus colegas compartilharam as diretrizes gerais para normalização do balanço da instituição.

As autoridades estão agindo para combater a maior inflação em 40 anos nos EUA e retirar o gigantesco apoio implementado para proteger a economia da pandemia de covid-19. O quadro alimenta especulações de que o Fed pode atuar de forma mais agressiva para retomar o controle das pressões inflacionárias. Alguns apostam em um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa básica, que seria o primeiro dessa magnitude desde 2000.

Veja abaixo alguns destaques da ata do Fed:

  • Membros do Fomc disseram que seria apropriado elevar as taxas de juros “em breve”
  • Os participantes observaram que a inflação continuou bem acima de 2% e, em geral, julgou os riscos para as perspectivas para a inflação como inclinados para o lado positivo
  • Eles avaliaram que o mercado de trabalho está se fortalecendo, tendo feito progressos substanciais e amplos no ano passado
  • À luz das pressões inflacionárias elevadas e do mercado de trabalho forte, os membros continuaram a julgar que as compras de ativos do Comitê devem ser encerradas em breve
  • Eles enfatizaram que o caminho apropriado da política dependeria de fatores econômicos e desenvolvimentos financeiros e suas implicações para perspectivas e os riscos, e vão atualizar suas avaliações do ajuste apropriado para a política monetária a cada reunião
  • A maioria dos participantes observou que, se a inflação não se mover para baixo como eles esperam, seria apropriado para o Comitê remover a política acomodatícia em um ritmo mais rápido do que atualmente antecipam
  • Os membros comentaram que desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e a reabertura da economia continuaram a contribuir para níveis elevados de inflação
Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.