Bloomberg — A próxima geração de assentos da classe executiva de aviões virá com portas e paredes divisórias, ajudando os passageiros preocupados com o coronavírus a se protegerem de outros viajantes.
O novo assento, que o fabricante Recaro Aircraft Seating GmbH lançará em junho, também dará aos passageiros mais espaço para ombros e pernas, disse o CEO Mark Hiller em entrevista ao Singapore Airshow. Com a porta fechada e a parede estendida, o assento torna-se efetivamente uma cabine fechada.
Hiller disse que a pandemia acelerou a preferência entre companhias aéreas e passageiros por assentos que proporcionem maior isolamento. Mesmo o mais novo assento econômico premium da Recaro tenta atingir esse objetivo com um apoio de cabeça que a envolve mais, segundo ele.
“O desafio é realmente projetar algo que lhe dê privacidade, mas não crie uma sensação claustrofóbica”, disse Hiller.
A Recaro, que tem Emirates, Air France-KLM e Cebu Pacific entre clientes, já recebeu pedidos para o novo assento da classe executiva, que custa mais de 100 mil euros (US$ 113 mil) cada, disse Hiller.
A montagem da porta, que é feita de fibra de carbono no padrão honeycomb, representou um desafio porque acrescentou peso e deve abrir mesmo após um pouso forçado, disse Hiller. Foi aprovada pelos reguladores dos EUA e da Europa, disse ele.
As companhias aéreas que retomaram os serviços após o pico da pandemia viram uma demanda crescente por assentos em cabines premium, onde os passageiros ficam menos aglomerados. Isso levou as empresas a focar mais nessas seções, que normalmente são mais lucrativas.
Hiller disse que a diferença de conforto entre as classes econômica e premium está aumentando.
“Há uma polarização”, disse Hiller. “As pessoas querem ir de A a B pelo menor preço ou querem algo extraordinário.”
Os assentos mais baratos estão ficando mais simples e algumas companhias aéreas estão pedindo à Recaro para entregá-los sem sistemas de entretenimento a bordo para economizar espaço e peso, segundo ele.
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