Bloomberg — Os investidores que tentam descobrir o tamanho provável do aumento da taxa básica de juros nos EUA em março e os planos de redução do balanço patrimonial do banco central americano — atualmente em um nível recorde de US$ 8,9 trilhões — terão novas pistas nesta quarta-feira.
O Federal Reserve publica a ata da última reunião de política monetária às 16h (horário de Brasília). Após aquele encontro, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse a repórteres que o banco central estava a caminho de subir juros pela primeira vez desde 2018 e seus colegas compartilharam as diretrizes gerais para normalização do balanço da instituição.
As autoridades estão agindo para combater a maior inflação em 40 anos nos EUA e retirar o gigantesco apoio implementado para proteger a economia da pandemia de Covid-19. O quadro alimenta especulações de que o Fed pode atuar de forma mais agressiva para retomar o controle das pressões inflacionárias. Alguns apostam em um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa básica, que seria o primeiro dessa magnitude desde 2000.
“Se houve alguma discussão sobre 0,50 ponto, pode haver referência muito oblíqua a isso na ata”, disse Andrew Hollenhorst, economista-chefe para os EUA do Citigroup. “Pode haver uma afirmação sobre os prós e contras. Isso manteria viva essa possibilidade para a reunião de março. A ata pode transmitir uma postura um pouco agressiva caso tenha havido alguma discussão” sobre um acréscimo desse tamanho.
A ata talvez mostre que um ajuste de 0,25 ponto percentual era considerado o mais provável durante as conversas das autoridades em janeiro. Ainda assim, o documento pode sinalizar as condições sob as quais o Fed consideraria um movimento maior, acrescentou Hollenhorst.
“O apetite do comitê de política monetária por um aumento de 0,50 ponto em março — que está precificado nos mercados agora — vai depender da avaliação dos membros do comitê e da equipe do Fed sobre a urgência da perspectiva de inflação e sobre o Fed estar atrás da curva. A ata de janeiro pode fornecer pistas sobre isso e explicar porque o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou uma postura tão agressiva durante a entrevista coletiva após a reunião”, afirmaram Anna Wong, Yelena Shulyatyeva, Andrew Husby e Eliza Winger, economistas da Bloomberg Economics.
As pressões inflacionárias se aceleraram nos EUA desde que as autoridades se reuniram no mês passado. O índice de preços ao consumidor subiu 7,5% nos 12 meses até janeiro, enquanto a geração de empregos e os salários dispararam. Antes da reunião de março, haverá divulgação de relatórios mais recentes de inflação e empregos.
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