Ouro cai e níquel fica estável com movimentação russa

Envio de tropas russas de volta às bases é considerado um sinal positivo no mercado, aliviando pressão sobre ativos de proteção

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Bloomberg — O ouro caiu de uma alta de oito meses após relato de que algumas tropas russas estão retornando às suas bases, ao passo que os metais industriais, incluindo o níquel, se mantiveram estáveis.

Algumas unidades militares russas começarão a retornar às suas bases permanentes nesta terça-feira (15) após a conclusão dos exercícios, informou a Interfax, citando o Ministério da Defesa. O ouro em barras caía 1% na terça-feira, em queda com outros ativos de refúgio, já que os investidores consideraram a movimentação como um sinal positivo de uma possível redução da escalada pela Rússia.

O papel tradicional do ouro como ativo de proteção contra o estresse geopolítico o levou a US$ 1,9 mil a onça, apesar dos esforços diplomáticos para aliviar as tensões sobre a Ucrânia. O ouro e o petróleo oferecem as melhores proteções contra o risco, segundo analistas do Goldman Sachs (GS) liderados por Jeffrey Currie em um relatório. O petróleo bruto despencou na terça-feira, após atingir a maior alta desde 2014.

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Os principais metais básicos fornecidos pela Rússia, incluindo alumínio e níquel, não foram afetados pelos relatos. Embora ambos os metais tenham subido nas últimas semanas à medida que as tensões aumentaram, os traders podem estar mais focados em restrições de oferta mais amplas que reduziram os estoques para níveis mínimos em vários anos. As ofertas de níquel, alumínio e cobre na London Metal Exchange caíram novamente na terça-feira.

No início da semana, o presidente Vladimir Putin rebateu as advertências dos Estados Unidos de que a Rússia poderia invadir a Ucrânia em poucos dias, realizando reuniões televisionadas com seus ministros de Relações Exteriores e da Defesa que enfatizavam uma diminuição das tensões e esforços contínuos para encontrar uma resolução diplomática. Moscou já negou repetidamente que planejava invadir o país.

O ouro à vista caiu 0,9%, chegando a US$ 1.855,28 a onça, às 10h15 em Londres (7h25 no horário de Brasília), depois de atingir seu nível intradiário mais alto desde 11 de junho. O Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,3%. Preços de prata e platina também caíram.

O paládio caiu até 4,5%, apagando os ganhos obtidos no início desta semana. A Rússia é o maior fornecedor mundial do metal usado em conversores catalíticos para reduzir a poluição dos carros a gasolina.

O alumínio era negociado com queda de 0,1%, a US$ 3.210,50 a tonelada na London Metal Exchange. O níquel caiu 0,1%, ao passo que o cobre subiu 0,4% e o chumbo, 1%.

--Com a colaboração de Ranjeetha Pakiam.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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