Bloomberg Línea — O sonho da casa própria ainda está presente na vida do brasileiro. Mesmo com a crescente tendência dos nômades digitais e das novas gerações em buscar mais experiências do que posses, as pessoas ainda colocam o imóvel próprio como prioridade em suas vidas. O grau de relevância é tão grande que a casa própria aparece à frente da estabilidade financeira, da família, da religião e mesmo dos filhos quando colocados em uma escala de importância.
Os dados fazem parte do Censo QuintoAndar de Moradia, realizado pelo Instituto Datafolha, encomendada e encomendada pela plataforma de moradia, que atua no aluguel e comercialização de imóveis. Em uma escala de importância de zero a dez, a casa própria obteve uma nota 9,7, a mesma da profissão. Na sequência apareceram a estabilidade financeira (9,6), família (9,4), plano de saúde (9,2), religião (9,0), negócio próprio (8,8), carro (8,5), filhos (7,9) e casar (6,9). “A ideia do censo, que foi uma das maiores pesquisas sobre o morar do Brasil já realizada, era conhecer mais a fundo como as pessoas viviam”, afirma Bruno Rossini, diretor de Comunicação do QuintoAndar.
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Segundo o executivo, a pesquisa foi um ótimo “furador de bolhas”. Contudo, ele reconhece que certos comportamentos mudam de acordo, principalmente, com a idade. “A casa é quase uma identificação do brasileiro, junto com a profissão. Uma surpresa para nós foi ela aparece à frente do plano de saúde, principalmente diante do momento que estamos vivendo. O que acreditamos ser uma consequência da pandemia é que os brasileiros querem a sua casa e também um espaço externo”, afirma Rossini.
O censo identificou que, em média, as residências dos brasileiros possuem dois quartos (47%) e um banheiro (65%). Além disso, 56% possuem garagem e 53% varanda. Por outro lado, apenas 4% dos entrevistados afirmaram ter espaços para home office, demanda crescente em meio à pandemia, principalmente entre as classes mais altas. De modo geral (88%), os brasileiros moram em casas e não em apartamentos. “Existem certas regionalidades que precisam ser levadas em consideração. Nos centros metropolitanos, por exemplo, as pessoas vivem mais em apartamentos porque a disponibilidade é maior do que em outros Estados, por exemplo”, afirma Rossini.
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Seja em casa ou apartamento, os brasileiros não vivem sozinhos. O censo revelou que 85% das pessoas dividem o imóvel onde moram com alguém, sendo que 37% vivem com os filhos, 23% com o cônjuge e 10% com os pais. Os animais também são uma companhia para 61% das pessoas, sendo que 47% possuem cachorros, 22% gatos, 5% pássaros e 6% outros pets. Entre aqueles que moram sozinhos, 37% têm mais de 60 anos, 27% são aposentadas e 16% possuem algum tipo de deficiência.
O Censo QuintoAndar entrevistou 3.186 entrevistas com a população brasileira, com idade a partir de 21 anos, em todas as cinco regiões do país. Há, ainda, uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte e dos macropolos da Baixada Santista e de Ribeirão Preto. A pesquisa foi feita por meio de entrevistas pessoais em pontos de fluxo populacional entre os dias 11 e 21 de outubro de 2021 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra.
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