São Paulo — O grupo Saraiva (SLED3), que foi a maior rede de livrarias do Brasil, apresentou aos credores uma nova versão do plano de recuperação judicial, que prevê medidas para reestruturação de suas dívidas e geração de caixa para a continuidade de suas atividades, como a realização de um leilão para a venda da loja do shopping Ibirapuera, em São Paulo. A proposta deve ser votada no próximo dia 16 em nova assembleia de credores,
O primeiro plano se pautava na concretização da venda de lojas e site, mas não houve interessados. Por isso, a companhia apresentou um segundo plano aditivo, anteontem (9). O novo plano prevê um novo leilão para a venda da loja do Shopping Ibirapuera, em São Paulo. Caso não seja vendido, como ocorreu no primeiro leilão, a Saraiva poderá, durante um ano, realizar novas tentativas, a cada 30 dias úteis. O valor mínimo da venda foi fixado em R$ 27.251.900. O leilão tem de ser realizado no prazo de até 60 dias após a homologação do segundo plano aditivo.
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Segundo o documento apresentado pela Saraiva aos credores, os recursos obtidos com a venda da loja vão pagar prioritariamente os credores titulares de eventuais garantias sobre os bens que integram essa loja, sendo que o eventual valor remanescente terá de ser utilizado para a recomposição de capital de giro ou realização de investimentos.
Outro ponto da nova versão do plano da Saraiva é a venda de direitos creditórios, reunidos em uma UPI (unidade produtiva isolada). Os recursos obtidos com a venda dessa unidade serão destinados à recomposição de capital de giro ou investimentos. O plano traz ainda como será o pagamento dos credores, dependendo da classe.
Na nova versão do plano, o grupo lista os fatores que a levaram à recuperação judicial nestes termos: “A crise do Grupo Saraiva, de modo resumido, decorre de diversos fatores, conforme razões expostas na petição inicial da Recuperação Judicial, dentre eles (i) a grave crise econômico-financeira que assola o país desde meados de 2014, que afetou drasticamente o varejo ao diminuir o poder aquisitivo dos consumidores, (ii) a greve dos caminhoneiros ocorrida em 2018, (iii) os reiterados desabastecimentos de fornecedores de telefonia e tecnologia, (iv) os reiterados problemas de abastecimento havidos com seus principais fornecedores de livros, (v) os problemas com a implantação do sistema SAP, e (vi) a escassez de crédito bancário. Além desses fatores que levaram o Grupo Saraiva a apresentar seu pedido de Recuperação Judicial, as suas atividades foram diretamente impactadas pela recente e continuada pandemia da Covid-19″.
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