Bloomberg — O rublo, que foi a moeda que mais se desvalorizou desde os piores dias da pandemia em março de 2020, teve forte baixa depois que os EUA alertaram que Moscou poderia invadir a Ucrânia já na próxima semana.
A moeda russa caiu 2,9% nesta sexta-feira, para 77,2 por dólar, marcando seu pior dia em quase dois anos. O maior fundo negociado em bolsa dos EUA, que acompanha as ações do país, o VanEck Russia ETF (RSX), recuou 7,6%, na maior queda em três semanas.
Os indicadores de risco de crédito da dívida russa e ucraniana também aumentaram, embora tenham ficado aquém dos níveis vistos há menos de um mês.
“É tão binário e basicamente impossível de prever”, disse Win Thin, chefe global de estratégia de moeda da Brown Brothers Harriman & Co. em Nova York. “Se a Rússia invadir, o rublo enfraquece. Se Putin se retirar, se fortalece.”
Os ativos de risco aumentaram amplamente as perdas aptos o Reino Unido e os EUA aconselharem seus cidadãos a deixar a Ucrânia diante da tensão política. Há meses, a Casa Branca vem alertando que a Rússia pode estar se preparando para invadir a Ucrânia e ameaça sanções econômicas se o país atacar o país vizinho. Moscou negou anteriormente os planos de invasão.
Os CDS (Credit Default Swaps) de referência sobre a dívida russa e ucraniana aumentaram, mas ainda há muito a percorrer antes de atingir os picos de 24 de janeiro, quando a situação piorou pela última vez.
Para Malcolm Dorson, gestor de recursos da Mirae Asset Global Investments em Nova York, os desenvolvimentos são “incrementalmente negativos, elevando os prêmios de risco de mercado e impulsionando o sell-off de hoje”.
Ainda assim, seu cenário básico continua voltado para a desescalada do conflito, o que, do ponto de vista do investimento, “sinaliza uma oportunidade de mercado”, disse ele.
Embora o mercado de ações local da Rússia tenha fechado antes da coletiva de imprensa dos EUA na sexta-feira, caiu cerca de 6% até agora este ano em termos de moeda local, segundo dados compilados pela Bloomberg.
--Com assistência de James Crombie.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
