Bloomberg — O Peru elevou as taxas de juros pelo sétimo mês consecutivo para tentar amortecer o impacto do choque inflacionário global sobre a economia local.
O banco central aumentou sua taxa básica de juros em meio ponto percentual para 3,5% nesta quinta-feira, em linha com as previsões de todos os 10 analistas consultados pela Bloomberg.
“O conselho está especialmente atento a novas informações sobre inflação e expectativas de inflação e ao comportamento da atividade econômica para considerar, se necessário, mudanças na postura da política monetária”, disse o banco em comunicado.
Dois anos após a covid-19 ter desencadeado uma recessão global, os bancos centrais de mercados emergentes, do Brasil à Rússia e à África do Sul, estão retirando o apoio de emergência conforme suas economias se recuperam. Poucas horas antes da decisão do Peru, o México também elevou sua taxa básica de juros em meio ponto percentual, para 6%.
Todos os principais bancos centrais da América Latina estão enfrentando inflação acima da meta, já que a demanda reprimida da pandemia elevou os preços, agravado pelo aumento dos custos globais de alimentos e energia.
No Peru, a inflação anual atingiu o maior patamar em 13 anos em dezembro, depois desacelerou para 5,7% no mês passado, o que ainda é mais que o dobro do ponto médio de 2% da meta do banco.
O país andino foi atingido por um alto nível de agitação política nas últimas semanas. O presidente Pedro Castillo empossou nesta semana seu quarto primeiro-ministro desde o início de seu governo em julho, depois que seu antecessor deixou o cargo após apenas quatro dias no cargo. Em dezembro, Castillo sobreviveu a uma tentativa de impeachment.
O banco central não se referiu à situação política, mas disse que está agindo para conter a volatilidade nos mercados financeiros em meio à incerteza.
Em meio ao caos, os investidores ficaram animados com a nomeação de um ex-economista do banco central, Oscar Graham, como ministro das Finanças.
A economia ignorou a volatilidade e cresceu fortemente. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu quase 13% no ano passado, o ritmo mais rápido entre as principais economias da América Latina, segundo estimativas de economistas consultados pela Bloomberg.
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