Bloomberg — Um ambiente de inflação e juros diferente do que muitos investidores já viram nos EUA aumenta a procura por ativos que ajudem a enfrentar a tempestade nos mercados.
Com a inflação ao consumidor americano no maior nível desde 1982 e os contratos de swap apontando cinco altas de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros pelo banco central dos EUA (Federal Reserve) até o final de julho, investidores precisam impedir mais perdas em suas carteiras de ações e títulos de dívida. Estrategistas estão recomendando, por exemplo, ativos denominados em euros, ouro e papéis asiáticos.
Estas são algumas das ideias deles:
Metais preciosos
“O índice de preços ao consumidor de janeiro veio acima do esperado e o mesmo pode acontecer em fevereiro, mas o que importa para os mercados é o quanto a inflação nos EUA vai diminuir a partir daí”, disse Peter Boockvar, diretor de investimentos da Bleakley Advisory Group. “Esta é uma oportunidade para expressar meu otimismo com ouro e prata. Ou o Fed vai apertar demais, frear o crescimento e precisar voltar atrás, o que é bom para o ouro, ou o aperto do Fed será muito lento, os juros reais permanecerão bastante negativos e isso será positivo para o ouro.”
Descontos no mercado acionário
“Investidores com nervos de aço podem aproveitar quedas violentas para ampliar posições de longo prazo, preferencialmente em ações de empresas de qualidade, negociadas com desconto”, aconselha Peter McGuire, CEO da Trading Point.
Resiliência das bolsas
“Os mercados de ações podem continuar subindo, mas não nos níveis de retorno que vimos no ano passado”, disse Karen Ward, estrategista-chefe de mercado para Europa, Oriente Médio e África do J.P. Morgan Asset Management (JPM). “Enquanto as expectativas para os lucros estiverem subindo, enquanto o crescimento for resiliente, acho que os mercados de risco podem absorver taxas de juros modestamente mais altas.”
O lado bom
“O lado bom é que os juros reais nos EUA permanecem suficientemente moderados para serem aproveitados por caçadores de pechinchas que agem rápido”, disse Vishnu Varathan, estrategista-chefe do Mizuho Bank em Cingapura.
Posições compradas em euros
“Os aumentos incrementais no juro básico nos EUA parecem cada vez menos favoráveis ao dólar daqui para frente. Fiquem comprados em euros”, recomendou George Saravelos, responsável global por pesquisa de câmbio no Deutsche Bank (DB).
Títulos asiáticos
“O salto repentino nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano deve reverberar nos mercados de títulos regionais”, disse Winson Phoon, responsável por pesquisa de renda fixa do Maybank Securities em Cingapura. “Os títulos da China provavelmente estarão mais protegidos da volatilidade no mercado de títulos do Tesouro dos EUA do que outros mercados emergentes da Ásia.”
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