O SoftBank Latin America Fund e a boutique do setor de SaaS B2B Illuminate Ventures estão investindo US$ 7 milhões na Birdie, um software de insights para gestão de produto. O SoftBank, que tem em seu portfólio 3/4 dos unicórnios da América Latina, anunciou seus primeiros investimentos em startups de estágio inicial em dezembro de 2021 (para a Worc, Abstra e BotCity).
Agora, Marco Camhaji, sócio gerente de investimentos early-stage do SoftBank Latin America Fund e Cindy Padnos, fundadora e sócia gerente do Illuminate Ventures, farão parte do conselho diretor da Birdie.
Os cofundadores da startup, Patrícia Osorio, Alexandre Hadade e Rodrigo Pantigas, já trabalhavam juntos em uma empresa de soluções para marketing, a Arizona, onde ainda são sócios.
Conversando com alguns clientes naquela época, Osorio conta que os times de produto das empresas ainda eram “análógicos” e trabalhavam com consultorias e empresas de pesquisa tradicionais para entender o consumidor.
“Tínhamos uma super oportunidade, o que não falta hoje é a opinião do consumidor online. Os e-commerces têm um monte de reviews, tem um monte de pessoas discutindo e dando opinião em fóruns de discussão em redes sociais. Há muita informação disponível e os times de marketing usam ferramentas de engajamento que olham mais para a marca, enquanto os times de produto ainda tinham uma dor muito grande para entender o mercado”, explica.
Ao mesmo tempo, os times de produto precisam ser cada vez mais inovadores e lançar produtos mais rápidos e com mais eficiência. Assim, a Birdie nasceu em 2017 com a ideia de refinar o novo petróleo: os dados. A empresa criou um modelo de IA (Inteligência Artificial) que processa e organiza bancos de dados com opiniões dos clientes sobre algum produto. Os sócios construíram a empresa com capital próprio e a Astella investiu uma rodada Pré-Seed de US$1,6 milhão na startup em agosto de 2020.
A Birdie também auxilia times de produto a entenderem tendências de mercado para lançar e monitorar aceitação. “Processamos diariamente milhões de dados para o nosso cliente apertar um botão e visualizar três pontos fracos e três pontos fortes do produto”, exemplifica a CRO. A empresa monitora 150 fontes de dados que incluem varejistas online, lojas de aplicativo, e experiência do consumidor privada em call centers, pesquisas de satisfação e plataformas de social listening. Até o próximo ano, a ideia é chegar a 450 fontes de dados.
O software cobra uma taxa mensal dessas empresas, que varia de acordo com os serviços comprados e podem abranger o ciclo completo de gestão, ideia do produto, lançamento e otimização. A Birdie promete entregar insights de forma 40% mais rápida do que empresas de pesquisa tradicionais.
Eles trouxeram Everton Cherman como sócio da startup e CTO do time. Cherman é especialista em IA e foi um dos doutores mais jovens do Brasil. Liderando a área de tecnologia, ele construiu uma equipe com doutores, em que todos que trabalham com o modelo de programação são brasileiros. Os times são remotos espalhados em mais de treze estados no Brasil. A startup também tem equipes de negócios na Europa e nos Estados Unidos, onde ficam os sócios.
A maior parte da nova captação será destinada à tecnologia, em especial para refinar o modelo da IA em diferentes idiomas, interpretando gírias, por exemplo. Outro destino do dinheiro é a contratação do time comercial, já que, até hoje, a Birdie não foi para o mercado. A empresa conseguiu seus primeiros seis contratos por meio de networking.
A startup atende enterprises como a Microsoft, HP, Midea (dona da marca de ar-condicionado Springer) e Jetson, de micromobilidade. Por meio dos grandes nomes, a Birdie faz sua expansão pelos países e já tem presença nos Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, México, Espanha e Alemanha.
Até o fim do ano, a empresa quer aumentar a área de cobertura para 15 países, adicionando Japão, China, Itália, França, índia e Rússia, além de chegar a 24 clientes. “Agora que vamos para o mercado, vamos conseguir gerar volume”, diz Osorio.
Leia também: