Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no Brasil e no mundo.
Um novo tipo de inquilino está em busca de coberturas e mansões de luxo em bairros nobres de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil: jovens donos de empresas de tecnologia.
Após um ano de muitas ofertas de ação e de investimento recorde de fundos de capital de risco em startups no maior país da América Latina, os novos empreendedores estão com bastante liquidez e procuram melhorar sua qualidade de vida. Muitos estão dispostos a pagar mais do que altos executivos de corporações multinacionais, os tradicionais inquilinos em tais propriedades.
Um fundador de uma empresa digital com cerca de 30 anos alugou uma cobertura mobiliada perto do Parque do Ibirapuera, o equivalente em São Paulo ao Central Park de Nova York, por R$ 110 mil ao mês, incluindo impostos, de acordo com Amir Makansi, presidente da Anglo Americana Consultoria de Imóveis SA, uma corretora boutique especializada em imóveis de altíssimo padrão.
Outros exemplos incluem uma mansão no bairro Jardim Paulistano que três fundadores de uma startup de tecnologia com 20 e poucos anos alugaram por R$ 75 mil por mês, disse Makansi. Um imóvel no sofisticado bairro de Vila Nova Conceição sai por cerca de R$ 52 mil por mês, segundo ele.
Na trilha dos Mercados
Não é de hoje que a inflação vem exercendo um grande poder de influência sobre os mercados. Porém, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos que será divulgado hoje, referente a janeiro, ganha um matiz especial.
Primeiro, o indicador sucederá a mudança na percepção do Federal Reserve (Fed) sobre a insistente escalada dos preços. Qualquer leitura acima do consenso de 7,2% dos analistas gerará mais tensão com relação à política monetária do Fed. Pode colocar o banco central dos EUA mais perto de considerar o maior aumento na taxa básica de juros em mais de duas décadas.
💸 O desafio do Fed
A leitura anterior do IPC, de 7% na base anual, representa o nível mais alto desde 1982. Se a inflação apertar o passo, poderá requerer uma ação mais enérgica do que aquela já sinalizada pelo banco central. O mercado aguarda cinco subidas dos juros norte-americanos, a começar em março. Conforme o resultado do IPC, o Fed poderia considerar o primeiro acréscimo de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros desde 2000, em vez de um movimento típico de 0,25 ponto.
🦠 Efeito ômicron
Outro componente que lança dúvidas e aumenta as expectativas com relação ao IPC é o efeito ômicron. O IPC de hoje deve refletir o aumento dos contágios no final do ano passado, o que pode levar a alguma distorção na série do indicador.
🧐 Muitas variáveis no front
Os balanços corporativos seguem a pleno vapor. O quadro geopolítico também pesa. O tema Rússia/ Ucrânia segue em aberto e os preços da energia, que constitui a principal pressão sobre os preços, estão à mercê das decisões de Vladimir Putin.
🧘♂️ Os investidores terão, portanto, que controlar a ansiedade para balizar suas apostas.
🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,86%), S&P 500 (+1,45%), Nasdaq (+2,08%), Stoxx 600 (+1,72%), Ibovespa (+0,20%)
As bolsas de valores americanas encadearam o segundo dia de ganhos. Apesar dos receios de uma política monetária mais restritiva, os relatórios trimestrais das empresas têm ajudado a apoiar os ganhos do mercado acionário. Cerca de 76% das 317 empresas S&P 500 que já informaram seus resultados superaram as estimativas, com os lucros chegando em quase 6% acima dos níveis projetados.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: IPC (Jan); Pedidos iniciais de seguro-desemprego; Declaração de orçamento (Jan), Relatório mensal da OPEP, Estoque de gás natural
• Europa: Comissão Europeia divulga suas previsões econômicas
• Ásia: Decisão de política monetária da Índia; China (Crescimento dos Empréstimos)
• Bancos centrais: Pronunciamentos de Andrew Bailey (dirigente do Banco da Inglaterra), Luis de Guindos (vice-presidente do BCE), Philip Lane e François Villeroy (BCE) e Joachim Wuermeling (BC alemão)
• Balanços do dia: The Coca-Cola Company, PepsiCo, Philip Morris International e Twitter
• América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Dez), México (Reunião do Banco Central), Peru (Reunião do Banco Central); Colômbia (Estudo da OCDE sobre a economia do país); Chile (Minuta da reunião de política monetária/Jan)
Destaques da Bloomberg Línea
• Cade aprova venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo com restrições
• Inflação desgasta mais Bolsonaro do que pandemia, diz pesquisa
• Lula cobra apoio do PSB a Haddad em SP após acordo em Pernambuco
• Bitcoin: Valor justo é de US$ 38 mil, diz JPMorgan, 12% abaixo do preço atual
• Uber supera estimativas de vendas e ganha com entregas
• Disney divulga balanço e supera com folga as estimativas do streaming
Também é importante
• Petrobras: Compromisso de combustível barato de Lula ameaça dividendos. O aumento dos preços nas bombas está irritando os eleitores. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é o favorito para ser eleito o próximo líder do Brasil em outubro, propõe que a empresa ofereça combustível a preços abaixo do mercado. Um retorno a las políticas implementadas de 2011 a 2015, quando o partido de Lula estava no poder, poderia significar gasolina barata para os consumidores, mas também uma redução dos dividendos robustos pagos pela Petrobras.
• Fornecedor de placas para chip tem capacidade esgotada até 2026. A Sumco, uma importante fornecedora de placas de silício para a indústria de semicondutores, disse que já esgotou sua capacidade de produção até 2026, um sinal de que a escassez na indústria pode não melhorar nos próximos anos.
• Bolsa barata leva investidor a relevar risco eleitoral, diz Guepardo Investimentos. A bolsa brasileira passa por uma reprecificação por estar extremamente descontada e a atratividade das ações desperta interesse dos estrangeiros mesmo diante da eleição presidencial, de acordo com a gestora.
• Maersk vê normalização do transporte marítimo no 2º semestre. Uma gigante do comércio global indicou que as interrupções nas cadeias de abastecimento que abalam economias do mundo todo podem se normalizar em poucos meses. A sinalização alivia temores de um período mais prolongado de caos no transporte marítimo, que vem aumentando a inflação ao consumidor, atrapalhando os estoques das varejistas e freando a produção nas fábricas.
Opinião Bloomberg
Pesquisa em geoengenharia solar é um risco que vale a pena correr
Cenas apocalípticas abrem o livro “The Ministry for the Future” (”O Ministério para o Futuro), o mais recente romance do escritor de ficção científica Kim Stanley Robinson. A Índia é atingida por uma onda de calor calamitosa – tão sufocante, com umidade tão alta, que os corpos têm dificuldade para suar e, portanto, para sobreviver. A história de Robinson é fictícia. Mas se passa apenas alguns anos no futuro, e o desastre climático que ele descreve, juntamente com a tecnologia e o enigma diplomático, não são inventados. O mundo não está mais bem preparado na realidade do que na ficção, quando se trata de intervenções radicais, em particular quando se trata da questão polêmica da geoengenharia solar, que abrange uma série de propostas para resfriar a Terra.
🏈 Pra não ficar de fora
Os ingressos para o Super Bowl de domingo (13) entre o Los Angeles Rams e o Cincinnati Bengals são os mais caros já registrados, com uma média de US$ 7.542, de acordo com o revendedor de ingressos TickPick.
Ainda assim, os preços caíram, em 4 de fevereiro, de uma média de US$ 8.257 por ingresso, após o San Francisco 49ers perder para os Rams na final da NFC, em 30 de janeiro. Isso fez com que os torcedores do San Francisco não vissem mais motivo para viajar para assistir ao jogo.
💵 Os ingressos para o Super Bowl são tradicionalmente caros, mas o preço médio ficou mais alto ao longo dos últimos cinco anos. O custo médio atual é mais que o dobro do apresentado no final da temporada de 2017 e permanece forte mesmo após o pico de inverno da variante ômicron da covid.