Inflação dos EUA sobe 7,5% em janeiro, na maior alta desde 1982

Alta nos valores reflete problemas da recuperação econômica e é o primeiro após a mudança de percepção sobre preços do Fed

dinero
10 de Fevereiro, 2022 | 10:34 AM

Bloomberg Línea — A inflação nos EUA iniciou 2022 em alta acima do esperado, em mais uma sinalização de que o aperto monetário do Federal Reserve, o banco central americano, deve acelerar a partir de março, como prometido pelo presidente da autarquia, Jerome Powell, na última comunicação.

  • O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do país avançou 7,5% em janeiro na comparação anual, na maior alta desde 1982, segundo dados do Departamento do Trabalho divulgados na quinta-feira (10)
  • Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os chamados núcleos de preços aumentaram 6% em relação ao ano anterior, também o maior desde 1982, e 0,6% em relação ao mês anterior
  • Economistas projetavam um aumento de 7,3% ano a ano no CPI e ganho de 0,4% em relação ao mês anterior, de acordo com as medianas da pesquisa da Bloomberg
  • O país também divulgou que o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego da última semana ficou em 223 mil, abaixo do esperado, segundo consenso Bloomberg, e também abaixo da leitura de 239 mil da semana anterior

Os investidores acompanham de perto esses dados, que podem determinar a velocidade e a intensidade do início do ciclo da alta de juros no país, além do fim das compras de títulos pelo banco central - medida que ajudou a segurar a economia americana garantindo liquidez aos mercados durante os piores meses da pandemia.

PUBLICIDADE

Não é de hoje que a inflação vem exercendo um grande poder de influência sobre os mercados, mas esse CPI janeiro ganha uma camada especial por ser o primeiro indicador após a mudança na percepção do Fed sobre a insistente escalada dos preços nos EUA.

  • Após os dados, os futuros dos índices Dow Jones (INDU), S&P 500 (SPX) e Nasdaq 100 (NDX), que operavam próximos da estabilidade no início da manhã, viraram e passaram a cair com força. Perto das 10h30 em Nova York (12h30 em Brasília), o S&P 500 recuava 0,4% e o Nasdaq 100, 0,6%. O Dow Jones tinha baixa de 0,2%;
  • O índice Ibovespa (IBOV) acompanhou e desacelero a alta pela manhã. No mesmo horário, operava com ganhos de 0,9% a 113.345 pontos;
  • Já o dólar (USDBRL), que caía perto de 0,35%, virou e passou a subir levemente. Minutos depois, voltou a recuar com força. No mesmo horário, era negociado a R$ 5,19, com baixa de 0,93.

--Com a colaboração de Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea, e informações da Bloomberg News

(atualizado às 12h35 com cotações mais recentes)

PUBLICIDADE

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.