Bloomberg Línea — Puxado por companhias de commodities e varejistas, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta quinta-feira (10) em alta de 0,81%, aos 113.812 pontos.
O movimento foi na contramão do visto nos mercados em Nova York, que caíram mais de 2% após o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, dizer que apoiava um forte aumento de juros até julho e também a divulgação de dados de inflação acima do esperado. Ambos reforçaram as apostas de um aumento mais incisivo dos juros por parte do Federal Reserve, o banco central americano.
Por aqui, o volume de serviços registrou alta de 10,9% no acumulado de 2021, o maior crescimAnto anual desde o início da série histórica, em 2012. Em 2020, o setor havia recuado 7,8%.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes, além de correio e informação e comunicação.
Na Bolsa, empresas como Via (VIIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Cielo (CIEL3) estiveram entre as de maiores ganhos da sessão, com altas de 7,43%, 5,15% e 3,03%, respectivamente.
Já empresas ligadas à tecnologia, como Méliuz (CASH3) e Banco Inter (BIDI11), por exemplo, encerraram o pregão em queda diante de um cenário de juros mais elevados. Os papéis das companhias caíram 4,05% e 4,13% nesta quinta na Bolsa, negociados a R$ 2,84 e a R$ 24,82, respectivamente.
- O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,81%, aos 113.812 pontos;
- No mercado de juros futuros, o contrato DI com vencimento em janeiro de 2023 subiu oito pontos-base, para 12,34%, enquanto o com prazo em janeiro de 2027 avançou de 11,20% para 11,28%;
- O dólar comercial subiu 0,28%, a R$ 5,241;
- Entre as commodities, o petróleo operava em leve alta, na casa dos US$ 90 o barril WTI.
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No ambiente doméstico, destaque ainda para a divulgação do balanço do quarto trimestre do Itaú Unibanco (ITUB4), após o fechamento, além do relatório de produção da mineradora Vale (VALE3).
Todos os olhos na inflação
Nos Estados Unidos, todas as atenções estiveram voltadas nesta quinta para os dados de inflação no país, com alta de 7,5% do indicador em janeiro, acima do esperado e na maior alta desde 1982.
Após a divulgação do dado, mercados de curtíssimo prazo passaram a projetar um ritmo mais rápido de aumento de juros nos EUA. Os contratos precificaram brevemente uma alta de 0,5 ponto percentual no próximo mês e aumento de 1 ponto no total até o final de julho.
Em Wall Street, as ações americanas, que passaram a operar em queda após o dado de inflação, ampliaram as baixas depois que o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que apoiava o aumento das taxas em um ponto percentual completo até julho.
O plano de Bullard envolve distribuir os aumentos em três reuniões, encolhendo o balanço do Fed a partir do segundo trimestre e depois decidindo a trajetória das taxas no segundo semestre com base em dados atualizados.
Ele disse estar indeciso sobre se a reunião de março deve começar com 50 pontos-base e levantou a possibilidade de o Fed em algum momento considerar uma mudança entre as reuniões agendadas.
Com a sinalização, o rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos dos EUA subiu acima de 2% – o maior desde agosto de 2019 –, enquanto a taxa do título de dois anos saltou 22 pontos-base, o maior aumento de um dia desde 2009, para 1,58%.
- O Dow Jones recuou 1,47%, aos 35.241 pontos;
- O índice da Nasdaq caiu 2,10%, aos 14.185 pontos;
- O S&P 500 cedeu 1,81%, aos 4.504 pontos;
- Na Europa, o índice FTSE 100, do Reino Unido, subiu 0,38%, enquanto o CAC-40, da França, recuou 0,41%;
Ainda na agenda, os pedidos de auxílio-desemprego caíram pela terceira semana nos EUA, a 223 mil, abaixo da estimativa mediana de 230 mil pedidos em pesquisa da Bloomberg com economistas.
Os pedidos vêm apresentando queda nas últimas semanas, à medida que o mercado de trabalho se recupera da onda de ômicron, que levou a um aumento nos pedidos de desemprego durante o feriado de Ano Novo.
(Com informações da Bloomberg News)
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