Bloomberg Línea — O principal índice da Bolsa brasileira (IBOV) abriu a sessão desta quinta-feira (10) em alta, mas deu um solavanco com a divulgação dos dados de preço ao consumidor dos Estados Unidos. A agenda de divulgações corporativas também está no radar dos investidores, com destaque para o balanço do Itaú e o relatório de produção da Vale após o fechamento do pregão de hoje.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA avançou 7,5% em janeiro na comparação anual, na maior alta desde 1982. Na base mensal, o indicador teve alta de 0,6%. O país também divulgou que o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego da última semana ficou em 223 mil, abaixo do esperado, segundo consenso Bloomberg, e também abaixo da leitura de 239 mil da semana anterior
- Perto das 11h00, o Ibovespa rondava a estabilidade, aos 112.386 pontos, sem firmar direção única, mas com tendência baixista pela pressão externa
- Vale (VALE3) e JBS (JBSS3) eram os maiores pesos negativos do índice, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) liderava a ponta oposta
- O dólar também estava instável, e subia 0,03%, a R$ 5,24, enquanto os vencimentos dos juros avançavam. O DI para janeiro de 2023 subia de 12,255% para 12,315%
- Nos EUA, o futuro do Dow Jones caía 0,40%, do S&P 500, 0,90%, e do Nasdaq, 1,50%
Mercado no exterior
Os futuros de índices dos EUA caíam e o dólar avançava depois que os dados mostraram que a inflação acelerou para uma alta de quatro décadas em janeiro, alimentando as expectativas de aumento das taxas na maior economia do mundo.
Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq passaram a cair após a divulgação, mesmo com lucros corporativos robustos continuando a chegar. Walt Disney, Coca-Cola Co. e Pepsico avançavam.
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Os mercados estão apostando em um aumento de 1 ponto percentual das taxas de juros pelo Federal Reserve até julho, o equivalente a um aumento de 25 pontos-base em cada uma das próximas quatro reuniões de política monetária. Os traders também estão apostando que o Fed entregará o maior aumento nos custos de empréstimos desde o início do século no próximo mês.
Cenário Doméstico
Por aqui, o destaque da manhã foi a divulgação dos dados do setor de serviços pelo IBGE. Ao contrário do varejo brasileiro, que apresentou uma queda anualizada em 2021, o setor de serviços brasileiro registrou uma alta de 10,9% no período, após ter recuado 7,8% em 2020, o maior crescimento anual desde o início da série histórica, em 2012. Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, na comparação mensal de dezembro, o setor cresceu 1,4%, o segundo mês seguido de alta.
Segundo o instituto, as atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e informação e comunicação. Com o aumento, as duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020.