São Paulo — O juiz Fábio Marcelo Holanda, da Comarca de Vinhedo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, homologou, nesta quarta-feira (7), o plano de recuperação judicial do Hopi Hari, que foi aprovado na noite de 2 de fevereiro, após nove horas de discussões entre os representantes legais dos administradores do parque e os advogados dos credores.
Agora a companhia informa ter um prazo de dois anos para cumprir as obrigações que fazem parte do plano, dentre elas o pagamento aos credores do parque. Passado o prazo estabelecido por lei para que a recuperação judicial aconteça, o administrador judicial deverá apresentar “relatório pormenorizado, a respeito do cumprimento do plano, ao final do biênio legal, para encerramento do processo”, destaca a decisão da Justiça.
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“A vitória e a homologação do plano de recuperação judicial garantem a continuidade da gestão do parque, além de projetos para novos investimentos. A atual gestão vem conseguindo manter o parque em funcionamento, bem como os postos de trabalho. Mesmo antes de o plano ser aprovado pelos credores, a classe trabalhista vem recebendo os valores devidos, como parte do compromisso da atual gestão de garantir que os débitos contraídos anteriormente sejam quitados. Vale lembrar que seis parcelas dos débitos desta classe já foram pagas”, informou o Hopi Hari, em nota.
O Hopi Hari divulgou que fechou o ano de 2021 com 733 mil visitantes, com 148 dias de funcionamento pleno, após restrições da pandemia da covid, o que resulta em uma média de 4,9 mil pessoas por dia.
Segundo a companhia, o faturamento atingiu R$ 98 milhões no ano passado, com R$ 32 milhões de EBITDA. A administração do parque informa que os próximos passos, a partir de agora, serão o cumprimento do plano aprovado, investimentos e aumento gradual do faturamento.
Em 2016, o Hopi Hari entrou em recuperação judicial com uma dívida estimada em R$ 500 milhões. Entre seus credores, estão o BNDES, SLW, Prevhab e Mirai, os dois últimos representam quase 90% do valor de toda a classe 3-Quirografários, a segunda com maior valor e com maior quantidade de credores.
A companhia chegou a ser cobiçada pela concorrência (Beto Carrero, Playcenter e Wet’n Wild), que apresentou uma proposta alternativa de pagamento aos credores, na tentativa de assumir o parque.
O CEO do Hopi Hari, Alexandre Rodrigues, informou à Bloomberg Línea que o Brooklyn International Group, acionista majoritário do banco de investimentos Whitehall & Company, assumiu o compromisso de investir R$ 500 milhões no parque.
Recuperação judicial
Neste começo de 2022, outras companhias em recuperação judicial deram passos para sair desse processo. A Saraiva, que foi a maior rede de livrarias do país, está buscando um acordo definitivo com seus credores e votar seu plano de recuperação judicial. O grupo Oi também avançou com a venda de ativos para pagar dívidas. Hoje, o Cade, órgão antritruste, aprovou, com restrições, a compra da Oi Móvel pela TIM, Claro e Vivo.
Em janeiro, o Brasil registrou uma queda nos pedidos de recuperação judicial. De acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, o primeiro mês de 2022 marcou 67 solicitações ante as 84 feitas em dezembro de 2021, ou seja, um recuo de 20,2%.
Na análise por porte, os micro e pequenos negócios tiveram o maior número de requisições apesar de estarem em queda. Ao todo, foram realizadas 31 requisições, sendo que o mês anterior o registro foi de 65 pedidos. Já os demais portes apresentaram alta.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, considerou que a movimentação econômica que acontece devido às festas de final de ano faz com que o fluxo de caixa das empresas rode com mais facilidade, dando fôlego para que continuem funcionando. “Mesmo com o atual cenário de inflação e juros em alta, os empresários tiveram um alívio temporário em suas administrações. Ainda assim, teremos meses bastante desafiadores pela frente, sendo necessário cautela para continuarem se mantendo e com suas finanças em dia”, disse em nota.
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