Nasa alerta sobre risco para estação espacial por satélites de Musk

Aglomeração nas órbitas baixas podem impactar sistemas que alertam sobre possíveis colisões por objetos interestelares

Satélites da Starlink entrando em órbita em 2019
Por Todd Shields e Ed Ludlow
09 de Fevereiro, 2022 | 03:06 PM

Bloomberg — O plano de Elon Musk de aumentar a frota de satélites da SpaceX em 30 mil unidades pode colocar em risco a Estação Espacial Internacional e dificultar os esforços para observar ataques de asteroides potencialmente catastróficos, disse a Nasa.

A aglomeração nas órbitas terrestres baixas que os satélites ocupariam poderia impactar sistemas que alertam sobre possíveis colisões por objetos interestelares. Além disso, “a segurança da Estação Espacial Internacional (ISS) e todos os outros ativos da NASA podem ser impactados” pelo aumento de objetos nas plataformas espaciais, disse a agência em comentários arquivados na Comissão Federal de Comunicações.

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A FCC está examinando o plano da SpaceX para uma nova geração de satélites. Musk disse em um tweet de 15 de janeiro que a empresa tinha 1.469 satélites Starlink ativos, com 272 movendo-se para órbitas operacionais.

A preocupação com uma colisão não é teórica. Dois satélites da SpaceX quase atingiram a estação espacial da China no ano passado – um deles a cerca de 4 quilômetros (2,5 milhas). Em ambos os casos, o laboratório em órbita fez manobras evasivas para evitar os satélites da Starlink. O risco levou o governo chinês a criticar a SpaceX em um memorando de 6 de dezembro para um comitê das Nações Unidas que supervisiona as operações no espaço.

Com a expansão, os satélites Starlinks de Musk podem ser identificados “em todas as imagens de pesquisa de asteroides tiradas para defesa planetária” por telescópios terrestres, disse a Nasa. Isso “poderia ter um efeito prejudicial na capacidade do nosso planeta de detectar e possivelmente redirecionar um impacto potencialmente catastrófico”.

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A SpaceX não respondeu imediatamente a um pedido de comentário enviado por e-mail.

A Nasa informou que a SpaceX deve mostrar como seus satélites podem evitar colisões automaticamente, mesmo quando outros operadores lançam grandes frotas. Também pediu à SpaceX que trabalhe para minimizar os impactos nos serviços de observação.

A Estação Espacial Internacional - que orbita a uma altitude média de cerca de 250 milhas - já enfrentou algumas dificuldades, evitando campos de detritos criados a partir de testes de armas anti-satélite pela Rússia em novembro e pela China em 2007.

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É difícil determinar a extensão do risco de colisão entre a ISS e toda a frota de 30 mil satélites planejada por Musk, a pessoa mais rica do mundo, em grande parte porque não está claro se eles estariam operando ao mesmo tempo. No mês passado, a Nasa delineou planos para desativar e desorbitar a estação espacial em 2031.

Embora a SpaceX não tenha definido publicamente um cronograma para lançar a frota completa, a Bloomberg Intelligence prevê que a empresa não atingirá a marca de 30 mil satélites até 2028.

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