Louis Dreyfus anuncia compromisso para eliminar desmatamento

Empresa pretende avaliar os riscos existentes ao longo de duas cadeias de fornecimento para determinar as ações que serão prioridade

Por

Bloomberg Línea — Agora o time está completo. A LDC (Louis Dreyfus Company), uma das gigantes globais das commodities agrícolas, anunciou hoje seu compromisso para eliminar o desmatamento de sua cadeia de fornecedores. O prazo estabelecido pela empresa é 2025, o mesmo limite anunciado Bunge (BG) e Amaggi e cinco anos antes dos prazos de Cargill e ADM (ADM) que haviam estabelecido 2030 com limite para por fim ao desmatamento.

Em um comunicado, o CEO da LDC, Michael Gelchie, disse que “garantir a produção de alimentos e a agricultura sustentáveis está entre os mais urgentes desafios globais, e nosso compromisso com a eliminação do desmatamento e da conversão de vegetação nativa é essencial para lidar com esses desafios”. O executivo lembrou que para atingir sua meta espera contar com a colaboração dos produtores, a quem ele disse depender muitos participantes da cadeia de produção, inclusive a própria LDC.

Veja mais: Empresas no Reino Unido prometem vetar soja de áreas desmatadas

Com a meta determinada, a LDC pretende agora avaliar os riscos existentes ao longo de duas cadeias de fornecimento para determinar as ações que serão prioridade. O foco será nas regiões com maiores risco de desmatamento e conversão de florestas em terras agrícolas. “Este compromisso está alinhado com o histórico de transparência e relatórios públicos da LDC sobre os riscos nas cadeias de fornecimento e com os esforços para mitigá-los, que acreditamos que serão complementados por um compromisso de evitar totalmente o desmatamento e a conversão de vegetação nativa com prazos claros”, diz Guy Hogge, Head Global de Sustentabilidade da LDC.

O anúncio da LDC surge três semanas depois de a gestora de investimentos norueguesa Storebrand (STB) ter comunicado que Bunge e ADM entraram para a lista de observação da asset. Na prática, caso as tradings não apresentem melhorias em um prazo estabelecido pela gestora, a Storebrand pode deixar de investir nas duas companhias.

Veja mais: Soja ocupa 1 a cada 7 hectares desmatados no Cerrado

À época, a gestora disse que as compras de soja que Bunge e ADM fazem no Brasil estão associadas a um alto risco de estarem contribuindo para o desmatamento. Por já terem assumido anteriormente compromissos para eliminar o desmatamento de suas cadeias de fornecimento, Bunge e ADM ganharam uma “segunda chance” e entraram para a lista de observação.