Imóveis de luxo de São Paulo atraem jovens sócios de startups de tecnologia

Fundador de uma empresa digital com cerca de 30 anos alugou uma cobertura perto do Parque do Ibirapuera por R$ 110 mil ao mês

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Bloomberg — Um novo tipo de inquilino está em busca de coberturas e mansões de luxo em bairros nobres de São Paulo, a cidade mais rica do Brasil: jovens donos de empresas de tecnologia.

Após um ano de muitas ofertas de ação e de investimento recorde de fundos de capital de risco em startups no maior país da América Latina, os novos empreendedores estão com bastante liquidez e procuram melhorar sua qualidade de vida. Muitos estão dispostos a pagar mais do que altos executivos de corporações multinacionais, os tradicionais inquilinos em tais propriedades.

Um fundador de uma empresa digital com cerca de 30 anos alugou uma cobertura mobiliada perto do Parque do Ibirapuera, o equivalente em São Paulo ao Central Park de Nova York, por R$ 110 mil ao mês, incluindo impostos, de acordo com Amir Makansi, presidente da Anglo Americana Consultoria de Imóveis SA, uma corretora boutique especializada em imóveis de altíssimo padrão.

Outros exemplos incluem uma mansão no bairro Jardim Paulistano que três fundadores de uma startup de tecnologia com 20 e poucos anos alugaram por R$ 75 mil por mês, disse Makansi. Um imóvel no sofisticado bairro de Vila Nova Conceição sai por cerca de R$ 52 mil por mês, segundo ele.

Os fundos de venture capital investiram cerca de R$ 46,5 bilhões em startups brasileiras no ano passado, mais de três vezes o valor de 2020, segundo a ABVCAP, associação do setor. As empresas de tecnologia e seus acionistas levantaram R$ 13,3 bilhões em ofertas públicas de ações em 2021, depois de arrecadar R$ 14,7 bilhões em 2020, mostram dados compilados pela Bloomberg.

Os preços dos aluguéis residenciais em São Paulo caíram 0,9% no ano passado, segundo o índice FipeZap, que inclui imóveis de até R$ 58,40 por metro quadrado. Nas propriedades da Anglo Americana, os aluguéis chegam a R$ 150 a R$ 200 por metro quadrado e ficaram estáveis ​​em 2021, disse Makansi.

“Desde que o Brasil melhorou os níveis de vacinação contra a Covid-19, o mercado voltou a esquentar no segundo semestre de 2021, com muitos estrangeiros de grandes empresas internacionais vindo a São Paulo para alugar casas, coberturas e apartamentos”, disse Makansi. Esses clientes geralmente querem pagar aluguéis de R$ 25 mil a R$ 30 mil por mês, demandam bastante documentação e com isso os negócios demoram meses para fechar, disse.

Jovens sócios de startups costumam ser mais rápidos, alugando imóveis em cerca de duas semanas, segundo Fernando Bigi Makansi, filho de Amir e sócio da Anglo Americana.

“Os proprietários tradicionais de imóveis que estão acostumados a lidar com executivos mais velhos de grandes empresas globais às vezes são mais conservadores e ficam desconfiados dos inquilinos brasileiros mais jovens, mas vão precisar se adaptar”, disse ele.

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