Bloomberg Línea — Após a desistência do senador Humberto Costa (PT) em favor da candidatura do PSB ao governo de Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou as lideranças do partido aliado a apoiarem a candidatura do ex-prefeito e ex-ministro Fernando Haddad (PT) para o governo de São Paulo.
“Trabalho com a ideia que o Haddad vai ser o governador de São Paulo. Ele está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá a compreensão do PSB, haverá compreensão de outros partidos, do companheiro do PSOL, em algum momento a gente vai poder anunciar [a candidatura]”, afirmou Lula, em entrevista à Rádio Clube do Recife, nesta quarta (10).
POR QUE ISSO É IMPORTANTE: Os palanques de São Paulo (maior colégio eleitoral do país) e de Pernambuco (o 6º maior) são importantes na costura da aliança nacional do petista. O PSB em São Paulo tem como pré-candidato Márcio França, que conseguiu chegar ao segundo turno contra João Doria (PSDB) em 2018 e é um dos destinos possíveis de Geraldo Alckmin, cotado para ser vice de Lula.
A desistência de Humberto Costa em Pernambuco, embora bem posicionado em pesquisas eleitorais, reforça a pressão sobre França e o PSB paulista.
“O gesto do Humberto Costa tem de ser elogiado porque não é sempre que a gente encontra na política pessoas com essa disposição. Essa aliança é muito importante para nós porque nós temos um projeto nacional”, disse o ex-presidente à rádio pernambucana.
Pouco depois, já em uma entrevista a uma rádio do interior de SP, Lula foi mais incisivo promovendo o nome de seu ex-prefeito.
“Nunca foi tão possível o Haddad ganhar o governo de São Paulo como agora, se ele fizer as alianças que tiver de fazer, se conversar com as pessoas certas. Vai ser a primeira vez na história de SP que haverá um jovem progressista no governo”, afirmou à Rádio Brasil Campinas.
TABELA DO IMPOSTO DE RENDA E DIVIDENDOS: Na entrevista à rádio paulista, Lula defendeu o que seria o esboço de seus ideias sobre política tributária em um eventual novo governo. Sobre imposto de renda, o petista defendeu a isenção para quem ganha até 5 salários mínimos (R$ 6.000) e a correção da tabela. “Trata-se de uma atitude justa para manter o equilíbrio com as pessoas que ganham menos”, afirmou.
O petista também voltou a defender a tributação sobre dividendos.
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