América do Sul perde quase 9 milhões de toneladas de soja

Seca faz USDA rever de uma única vez sua expectativa para produção do Brasil, Paraguai e Argentina. Região representa metade da produção mundial do grão

Produção de soja na América do Sul é atingida pela seca e será menor do que o esperado
09 de Fevereiro, 2022 | 03:49 PM

Bloomberg Línea — A produção de soja na América do Sul já não será mais tão grande quanto se esperava. A estiagem que já vinha prejudicando os rendimentos das lavouras brasileiras, especialmente na região Sul do país, também tem provocado prejuízos nos países vizinhos. Os produtores do Paraguai e Argentina sentiram os efeitos da falta de chuva e as perdas começam a ser contabilizadas (veja tabelas abaixo).

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Brasil, Paraguai e Argentina devem colher juntos neste ano 185,3 milhões de toneladas de soja, conforme a estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O volume representa uma redução de quase 9 milhões de toneladas em relação à estimativa divulgada em janeiro deste ano, quando se esperava uma oferta de 194 milhões de toneladas. Considerando o bloco sul-americano, o USDA reduziu em 4,5% sua expectativa de produção em apenas um mês.

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A maior contribuição para o corte vem do Brasil. Maior produtor mundial de soja, o Brasil deve colher 134 milhões de toneladas, 5 milhões a menor do que se esperava no mês passado.

A menor disponibilidade de soja poderia alavancar os preços diante da oferta mais restrita. Contudo, a demanda pelo grão dá sinais de arrefecimento e pode limitar a valorização. A China, de quem se esperava uma importação de 100 milhões de toneladas, deve comprar agora 97 milhões, segundo o USDA. Mais do que um ajuste na estimativa, a atualização no volume de compras chinesas coloca o dado atual em um patamar inferior ao registrado no ano passado.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.