Bloomberg Línea — Os frigoríficos exportadores de carne suína encerraram o primeiro mês do ano com um resultado positivo no mercado internacional. As vendas externas do setor somaram 74,6 mil toneladas, volume que representa um crescimento de 18,2% em comparação a janeiro do ano passado, quando foram embarcadas 63,1 mil toneladas.
Os dados compilados pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostram quem a China segue como principal cliente das indústrias brasileiras e é responsável por comprar mais de 40% de tudo o que o Brasil exporta. No mês passado, os chineses importaram 31,4 mil toneladas de carne suína do Brasil, volume que representou uma queda de 3,5% em comparação a janeiro de 2021.
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O aumento das exportações traz um certo alívio para as empresas brasileiras diante de um mercado interno ainda lento e dos custos de produção em alta, liderados principalmente pela valorização do milho e da soja. “O bom ritmo dos embarques em janeiro ajudou a reduzir a pressão sobre os custos de produção, que têm impactado severamente a atividade frente à soma de custos que seguem em alta este ano, como o milho, a soja, embalagens e outros itens”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
A aposta das empresas ligadas ao agronegócio no mercado internacional tem sido uma constante. Uma recente pesquisa mostra que os empresários do setor estão mais confiantes no desempenho da atividade do que no crescimento do país. Cerca de 74% de CEO’s de empresas ligadas ao agronegócio acreditam que o faturamento de suas companhias crescerá nos próximos 12 meses, mas apenas 57% desse mesmo grupo aposta no crescimento do PIB.
Mesmo com a China ainda dominando as compras da carne suína brasileira, a expectativa é que outros mercados ganhem relevância neste ano, em especial na região do Leste Europeu, incluindo a Rússia. Em janeiro, o Brasil exportou 4,4 mil toneladas para as Filipinas(+569,2%), 4,1 mil para a Argentina (+58,8%) e 3,4 mil para Singapura (+40,2%). Uruguai, com 3 mil toneladas (+4,1%), Japão, com 2,1 mil toneladas (+216,7%) e Rússia, com 1,6 mil toneladas também se destacaram no mês passado.
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“O ano começou aquecido para as exportações de carne suína do Brasil, que aumentaram a sua presença em mercados estratégicos para o setor, como é o caso do Japão e outras nações da Ásia. Há expectativa de incremento das vendas, também, para o Leste Europeu”, analisa Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.