Bolsas sobem na Europa, mas nos EUA futuros de índices hesitam

Volatilidade deve prevalecer diante de expectativas quanto ao índice de inflação norte-americano, que sai na quinta-feira

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Barcelona, Espanha — O mercado de renda variável na Europa recebe o impulso de balanços financeiros sólidos e das empresas produtoras de commodities, estas alentadas pelo aumento dos preços dos metais. Nos Estados Unidos, o movimento era de alta, mas agora os futuros de índice hesitam.

O índice Stoxx Europe 600 subia pelo segundo dia, com o setor de recursos básicos saltando mais de 3% - o minério de ferro superou os US$ 150 por tonelada e o alumínio caminhava para uma alta de quatro meses. Rio Tinto Plc, Glencore Plc e Anglo American Plc estavam entre os maiores ganhadores. A BP Plc avançou após reportar fortes ganhos e anunciar uma recompra de ações. No lado negativo, o banco francês BNP Paribas SA caiu até 4,5% após a receita do quarto trimestre ficar atrás dos aumentos de custos. Os futuros do S&P 500 e os contratos do Nasdaq 100 tinham ligeiras variações.

O rendimento do Tesouro de 10 anos avançava para acima de 1,95%, um nível visto pela última vez em dezembro de 2019. Alguns investidores estão prevendo que pode chegar a 3% este ano, enquanto o Federal Reserve luta contra a inflação mais alta desde a década de 1980. O dólar ganhava força frente uma cesta de moedas. Já os prêmios dos títulos alemães estendiam os ganhos pelo décimo dia, a maior sequência desde janeiro de 2000

📡 No Radar

Um dia de poucos dados relevantes na agenda, mas muita expectativa. O mercado deve andar de lado até conhecer a inflação ao consumidor norte-americano para o mês de janeiro, programada para a próxima quinta-feira. Até lá, a volatilidade deve prevalecer nos mercados.

Dependendo da evolução dos preços, se acima ou abaixo da taxa de 7,3% projetada pelo mercado, os investidores terão de equalizar suas apostas para o cenário de aperto monetário que está por vir: o controle inflacionário se tornou a prioridade dos bancos centrais.

  • Os últimos ajustes em torno da atitude esperada para o Federal Reserve (Fed) vieram na sexta-feira com o relatório de empregos nos EUA, que mostrou uma oferta de vagas superando as estimativas – isso mesmo com o aumento dos contágios por covid-19. Com base nesses dados, os analistas passaram a esperar mais de cinco aumentos de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros do Fed em 2022.
🇪🇺 Panos Quentes

Ontem, em um discurso aos legisladores no Parlamento europeu, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, procurou amenizar o tom da semana passada, quando deu um giro a um discurso mais agressivo sobre a inflação. Ela disse ontem que qualquer ajuste na política monetária será feito de forma “gradual”.

⚠️ Investidas Diplomáticas

Os operadores monitoram as conversas envolvendo os líderes franceses, russos, norte-americanos e alemães na tentativa de encontrar uma saída não militar para a tensão Rússia x Ucrânia. O futuro sobre o abastecimento de gás está aceso na pauta. O presidente dos EUA Joe Biden disse ontem que prevê interrupção de gasoduto se a Rússia invadir a Ucrânia.

📊 Saúde Financeira

Por fim, a safra de balanços será acompanhada com lupa. Estes são alguns dos resultados desta semana: Pfizer, BP, BNP Paribas, Disney, L’Oréal, GlaxoSmithKline, Uber, Toyota, The Coca-Cola Company, PepsiCo, AstraZeneca, Philip Morris International, Linde, Siemens, Unilever, Crédit Agricole, Société Générale, Twitter e Credit Suisse.

Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Blindados contra covid?

🟢 As bolsas ontem: Dow (0,00%), S&P 500 (-0,37%), Nasdaq (-0,58%), Stoxx 600 (+0,68%), Ibovespa (-0,22%)

Em uma sessão volátil, os mercados acionários americanos começaram a semana com ligeiras perdas, após uma venda de última hora de ações de tecnologia. Pesa a conjuntura de um maior aperto monetário nos EUA, que poderia aplicar este ano, até cinco aumentos de sua taxa de juros. A expectativa quanto à inflação ao consumidor, cujos dados sairão nesta quinta-feira, também é grande.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Balança Comercial (Dez), Índice Redbook (Anual), Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA, Total de Vendas de Veículos

Europa: Itália (Vendas no Varejo/Dez), Espanha (Produção Industrial/Dez)

Bancos centrais: Pronunciamentos de Villeroy (BCE), Buch (BC alemão), Nakamura (BoJ)

América Latina: Brasil (Minutas da reunião do Banco Central); Chile (Inflação/Jan); Argentina (Produção Industrial/Dez); México (Balanço Fiscal/Dez)

Balanços do dia: Pfizer, BP, BNP Paribas

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-- Com informações de Bloomberg News