O Banco Central destacou na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que as incertezas fiscais ampliam os prêmios de risco dos ativos locais e contribuem na desancorarem das expectativas de inflação.
Na visão do BC, os riscos fiscais aumentam as probabilidades de cenários alternativos que considerem taxas neutras mais altas. A autoridade monetária admitiu na ata uma incerteza elevada com preços de importantes ativos e commodites.
Os comentários do Banco Central foram recebidos como sinalização de novas altas de juros, embora sem dimensionar a magnitude dos próximos ajustes, pressionando as taxas dos contratos de DI mais curtos e o câmbio do real.
- A taxa do DI para janeiro de 2023, que reflete os ajustes na política monetária neste ano, saltou de 11,95% para 12,11%, enquanto a do DI para janeiro de 2024 passou de 11,37% para 11,56%.
- Já para os vencimentos mais longos o impacto foi menor. A taxa do DI para janeiro de 2027 passou de 11,12% para 11,19%.
- O dólar acelerou o ritmo de alta para R$ 5,28 - variação de 0,42%.
Na ata, o BC disse ainda que reduzir o esforço das reformas estruturais e no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia. Avaliou que políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda ou piorem a trajetória fiscal podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país.
“As leituras recentes vieram acima do esperado e a surpresa ocorreu tanto nos componentes mais voláteis como, principalmente, nos mais associados à inflação subjacente”, disse.
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