Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no Brasil e no mundo.
Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado as críticas dirigidas à política de preços da Petrobras. Primeiro, disse que não estava preocupado com o “acionista de Nova York”. Depois, afirmou que não manterá a “dolarização” do preço dos combustíveis, referindo-se à política de paridade com os preços internacionais do petróleo.
Por trás destas críticas, há um cálculo político simples do ex-presidente e da cúpula do PT, amparado em pesquisas. Diferentemente de 2018, quando saúde e corrupção lideraram as preocupações do eleitor, pesquisas agora mostram que economia, desemprego e inflação são, combinados, os maiores focos de apreensão de um a cada três eleitores.
💸 Lula vai continuar batendo na tecla dos combustíveis porque os números indicam que é onde dói mais em Jair Bolsonaro agora.
🤝 Por outro lado, o petista tem feito acenos pontuais ao empresariado e à indústria financeira. Embora o ex-presidente descarte escrever uma nova versão da Carta ao Povo Brasileiro, sua declaração de compromisso com disciplina fiscal em 2002, ele tem buscado dar sinais tranquilizadores ao mercado, como a escolha de Alckmin para a vice e a declaração de que não vê “obstáculos” na autonomia do Banco Central.
🤔 A questão dos preço dos combustíveis é considerada tão importante na eleição que o Centrão convenceu o presidente Jair Bolsonaro a seguir com a articulação da PEC dos Combustíveis mais abrangente, mesmo atropelando Paulo Guedes (que defende uma desoneração apenas para o diesel). Leia mais: Críticas de Lula à Petrobras ecoam campanha de 2002
Na trilha dos Mercados
Esta semana todos os olhos estarão postos em uma variável que há tempos tem assumido o protagonismo nos mercados: a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor de janeiro dos Estados Unidos, para o qual o mercado projeta algo em torno dos 7,3% - mais alto que os 7% da leitura anterior -, será divulgado na quinta-feira.
A expectativa geral é de que os preços se suavizem a partir de abril, quando se esperam melhoras nos gargalos da cadeia de abastecimento e nos preços de energia. Qualquer nível acima disso gerará mais tensão com respeito à política monetária do Federal Reserve (Fed), agora mais pró alta de juros.
📈 O relatório de empregos divulgado na última sexta-feira pelo governo norte-americano mostrou um mercado de trabalho bastante forte, com a oferta de vagas superando as estimativas mesmo com os contágios por covid-19. Diante destes números, alguns analistas passaram a apostar em mais de cinco aumentos de 0,5 ponto percentual nas taxas do Fed em 2022 para conter a inflação.
🇪🇺 Na Europa, o membro do Conselho de Administração do Banco Central Europeu, Klaas Knot, disse que espera um aumento da taxa já no quarto trimestre. O BCE na semana passada tomou uma posição agressiva, com a presidente Christine Lagarde não mais excluindo uma alta de juros este ano – hoje a mandatária fala em um evento.
⚠️ No mais, tensões geopolíticas – como a que envolve a Rússia – adicionam volatilidade aos negócios.
📊 E, claro, a safra de balanços será acompanhada com lupa. Estes são alguns dos resultados programados para esta semana: Pfizer, BP, BNP Paribas, Disney, L’Oréal, GlaxoSmithKline, Uber, Toyota, The Coca-Cola Company, PepsiCo, AstraZeneca, Philip Morris International, Linde, Siemens, Unilever, Crédit Agricole, Société Générale, Twitter e Credit Suisse.
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow (-0,06%), S&P 500 (+0,52%), Nasdaq (+1,58%), Stoxx 600 (-1,38%), Ibovespa (+0,49%)
Após uma venda maciça de ações de tecnologia na quinta-feira, el resposta aos resultados decepcionantes da Meta, controladora do Facebook, a Amazon veio em socorro e impulsionou os mercados acionários dos EUA. Durante a sessão, a Amazon adicionou US$191 bilhões em valor de mercado, um recorde histórico nos EUA.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Crédito ao consumidor (Dez)
• Europa: Alemanha (Produção Industrial/Dez)
• China: PMI de serviços e composto (Jan)
• Japão: Índice de Indicadores Antecedentes (Dez)
• Bancos centrais: Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde
• América Latina: Brasil (Boletim Focus; Vendas de Veículos/Jan); Feriado no México
Destaques da Bloomberg Línea
• Ainda teremos IPOs de empresas da América Latina nos EUA este ano?
• Nadir Figueiredo, famosa pelo copo americano, quer ser só Nadir a partir de agora
• O novo capítulo da recuperação judicial da Saraiva
• Bitcoin é mais um ativo que se deve temer com os anúncios do Fed
Também é importante
• Quais são as cidades da América Latina mais prósperas segundo a ONU? Seis cidades latino-americanas figuraram no Índice de Prosperidade das Cidades, ou CPI, na sigla em inglês, elaborado pelo ONU-Habitat, o programa das Nações Unidas para assentamentos humanos e desenvolvimento urbano sustentável. O ranking foi elaborado após a ONU-Habitat realizar pesquisas em 54 cidades do mundo em desenvolvimento, buscando conceituar “prosperidade”.
• Movimento ‘Buy Black’ avança na pandemia. O movimento que surgiu após os conflitos sociais e o impacto econômico da pandemia em 2020 continuou encontrando apoio em 2021, já que as menções a empresas pertencentes a pessoas negras mais que dobraram e as classificações foram superiores à média, de acordo com um estudo do Yelp.
• Conheça a 1ª companhia brasileira a pedir registro de IPO em 2022. A Senior Sistemas, sediada na cidade catarinense de Blumenau, atua na criação e desenvolvimento de soluções de software (SaaS) para gestão empresarial, como sistema ERP (Enterprise Resource Plannning), principalmente nos setores de manufatura, agronegócio, construção civil, entre outros. Diferentemente de 2021, neste ano 14 companhias desistiram de fazer suas ofertas públicas.
• Os 10 escritórios de advogados que dominaram fusões e aquisições no Brasil. O Brasil registrou um recorde de fusões e aquisições (M&A) de empresas em 2021. De acordo com a TTR, uma empresa que compila dados de grandes operações de M&A, o setor movimentou R$ 595 bilhões em 2560 transações ao longo do ano. Em volume de capital, o salto foi de 143% em comparação com 2020. No ecossistema dos grandes negócios, o mercado de M&A é dominado por um clube exclusivo de escritórios de advogados no eixo São Paulo-Rio.
Opinião Bloomberg
Lembra do Second Life? Este pode ser o futuro do Facebook
Com a forte queda nas ações da Meta Platforms Inc., a dona do Facebook, os acionistas estão escrutinando a decisão da marca de de apostar seu futuro no metaverso: um mundo 3D e imersivo onde o usuário fala e faz coisas como avatar. O Second Life tinha tudo isso quando foi lançado há quase 20 anos, como um mundo virtual desenvolvido pela Linden Lab, com sede em São Francisco. Para Wagner James Au, uma das primeiras pessoas a documentar como era viver no Second Life e agora escreve sobre o metaverso, alguns erros e suposições estão sendo cometidos novamente no projeto do metaverso de Mark Zuckerberg.
Pra não ficar de fora
No Fla-Flu de domingo, Gabigol, atacante do Flamengo, foi vítima de insulto racista por parte de pelo menos um torcedor do Fluminense. O jogador foi chamado de macaco a caminho do vestiário.
✋🏽Gabigol foi ao Twitter cobrar que o episódio não se torne mais um na longa lista de impunidade do racismo no futebol: “Até quando? Até quando isso vai acontecer sem punição? Jamais vou me calar, é inadmissível que passemos por isso!! Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor!! #RacismoNão”
Em nota, o Flamengo condenou a agressão racista.
Leia também: Paciente negro tem mais descrição negativa de médico, aponta estudo