Bloomberg — Um novo aumento nos preços do óleo de cozinha está exacerbando as preocupações de que os custos globais dos alimentos estejam chegando a um recorde, à medida que a seca restringe a produção na América do Sul, a escassez de mão de obra impede a produção na Malásia, e, na Indonésia, limita as exportações para garantir o abastecimento doméstico.
O óleo de palma, o óleo de cozinha mais consumido do mundo, atingiu mais um recorde intradiário em Kuala Lumpur, nesta segunda-feira (7), impulsionado por restrições de envios na Indonésia e uma escassez crônica de trabalhadores nas plantações da Malásia.
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O óleo de soja foi negociado perto da maior alta desde junho, enquanto a soja, da qual o óleo é derivado, saltou para a maior desde maio. O calor e a seca levaram a repetidas reduções nas estimativas para as lavouras de soja no Brasil e na Argentina. Isso pode se refletir em previsões mais baixas para suprimentos globais no relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na quarta-feira (9).
Os custos globais de alimentos chegaram perto de um recorde em janeiro, de acordo com os dados mais recentes das Nações Unidas, por causa de óleos vegetais e laticínios mais caros. O aumento mais recente nos preços do óleo de cozinha pode empurrar o índice mensal de alimentos para um recorde quando for publicado novamente no início de março. O aumento dos custos de fertilizantes devido aos mercados de energia mais altos também pode fazer subir ainda mais os preços dos alimentos.
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O rali na segunda-feira (7) se deu após o retorno dos investidores chineses, depois de uma semana de feriado do Ano Novo Lunar. Os futuros do farelo de soja em Dalian subiram no limite diário, enquanto os preços do óleo de palma saltaram para o maior desde 2008. Nos mercados americanos, os gestores financeiros aumentaram suas apostas líquidas de alta na soja para a maior em oito meses na semana encerrada em 1º de fevereiro, e no óleo de soja para uma alta de 10 semanas.
O custo da soja no Brasil saltou no mês passado, pois as previsões para a safra atual foram reduzidas devido ao calor excessivo e à seca.
Futuros de Dalian
- Farelo de soja para maio +7,6% para 3.636 yuan/ton
- Milho para maio estável em 2.763 yuans/ton
- Soja para março +1,1% para 6.285 yuan/ton
- Suínos vivos para março +1,7% para 13.650 yuan/ton
Futuros norte-americanos
- Soja para março +1% para US$ 15,69 por alqueire
- Óleo de soja para março +1% para 66,03c/lb
- Milho para março +1% para US$ 6,26 3/4 por alqueire
- Trigo para março +1% para US$ 7,71 por alqueire
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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