Bloomberg — Depois de um início de ano atribulado, os riscos às bolsas globais agora já estão precificados, afirma Mislav Matejka, do JPMorgan Chase (JPM).
Segundo nota divulgada por estrategistas liderados por Matejka, os bancos centrais dos Estados Unidos e da União Europeia não farão movimentos mais agressivos “pelo menos em relação ao que está precificado atualmente”. Enquanto isso, a inflação está perto do ponto máximo e os lucros das empresas provavelmente virão acima do previsto. “Acreditamos que as ações ainda têm espaço para valorização e que o ciclo está longe do fim”, acrescentaram no relatório.
As bolsas de valores nos EUA e na Europa tiveram um começo de ano ruim, com temores de que um aperto monetário mais agressivo para conter a inflação desacelere demais o crescimento econômico.
A temporada de balaços das empresas tem sido robusta e ajuda a aliviar preocupações em relação a um cenário macroeconômico mais rigoroso, porém os mercados acionários permanecem voláteis e os estrategistas estão divididos quanto às perspectivas para o resto do ano.
“Achamos um erro se posicionar para uma recessão, considerando que as condições de financiamento ainda são extremamente favoráveis”, os mercados de trabalho estão muito robustos, os fluxos de caixa das empresas estão fortes e o crescimento econômico na China provavelmente já passou do pior momento, escreveu a equipe do JPMorgan.
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Do outro lado, o estrategista-chefe de renda variável do Morgan Stanley nos EUA, Michael Wilson, reiterou hoje sua visão de que “o inverno está aqui” no mercado acionário.
“O risco para os lucros está aumentando para uma faixa maior do mercado do que a maioria dos investidores espera, com o aumento dos estoques prestes a se deparar com um recuo da demanda”, escreveram em nota estrategistas liderados por Wilson.
Eles destacaram os lucros decepcionantes de companhias que fizeram enorme sucesso com a pandemia, incluindo Netflix (NFLX), Paypal Holdings (PYPL) e Meta (FB), dona do Facebook, como exemplos da “reversão do consumo exagerado do ano passado”.
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Enquanto Wilson recomenda que os investidores montem posição defensiva para enfrentar mais quedas, a equipe do JPMorgan aconselha uma estratégia oposta, com alocação menor em ações de setores defensivos tradicionais, como imóveis, saúde e bens de consumo.
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