Bloomberg Línea — O Brasil registrou um recorde de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) de empresas em 2021. De acordo com a TTR, uma empresa que compila dados de grandes operações de M&A, o setor movimentou R$ 595 bilhões em 2560 transações ao longo do ano. Em volume de capital, o salto foi de 143% em comparação com 2020.
No ecossistema dos grandes negócios, o mercado de M&A é dominado por um clube exclusivo de escritórios de advogados no eixo São Paulo-Rio. São processos complexos que envolvem batalhões de especialistas não só em direito empresarial, mas em leis de concorrência, reguladores de todo o tipo, questões de consumo, trabalhistas e ambientais para detectar e mitigar riscos que, se forem concretizados, podem custar caro.
Veja mais: BBB 22: Por dentro da máquina de dinheiro da Globo
Neste meio, dominado por poucos escritórios, detalhes jurídicos podem fazer a diferença entre fechar ou não um negócio de bilhões. Ou, se algum detalhe escapar, é possível que o aperto de mãos entre o comprador e o vendedor seja apenas o prólogo para disputas amargas no Judiciário ou em tribunais de arbitragem, dentro e fora do país. O valor de honorários é guardado em sigilo.
No ano passado, o Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Queiroga liderou o ranking da TTR, assessorando negócios que somaram R$ 147 bilhões (R$ 106,8 bi na ponta compradora e R$ 40,5 bi na ponta vendedora). O Lefosse, outro escritório de São Paulo, veio em segundo lugar (R$ 93,4 bilhões), seguido pelo tradicional Pinheiro Neto (R$ 80,1 bilhões).
Os volumes incluem, além das operações de M&A propriamente dita, negócios em private equity, venture capital e aquisição de ativos.
Leia também:
Viúva de 87 anos briga com o Itaú por R$ 167 milhões
Críticas de Lula à Petrobras ecoam campanha de 2002