Bloomberg Línea — A BlackRock (BLK), maior gestora de investimentos do mundo, já não tem mais uma participação tão grande na brasileira BRF (BRFS3). Na verdade, a fatia da gestora americana ficou cerca de 25% menor nesta semana.
A BRF concluiu na última quarta-feira (2) a distribuição primária de ações, com a emissão de 270 milhões de novos papéis. A medida elevou de 812,47 milhões para 1,082 bilhão o número de ações da empresa em circulação. Nesse contexto, a BlackRock não acompanhou o follow-on e manteve em seu portfólio as mesmas 40,19 milhões de ações e 2,63 milhões de ADR’s que já detinha antes da emissão.
Sem fazer o aporte para manter sua participação, a gestora de investimentos foi diluída. A participação que era de aproximadamente 5,27% antes da emissão foi reduzida para cerca de 3,95%. A BRF informou que recebeu ontem (3) uma notificação da BlackRock informando sobre a diminuição da gestora no capital da empresa brasileira.
Segundo a BRF, a BlackRock declarou que o objetivo da participação societária na empresa brasileira é “estritamente para fins de investimento, não visando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa”.
Com a emissão de 270 milhões de novas ações, precificadas a R$ 20, a BRF conseguiu levantar R$ 5,4 bilhões. Os R$ 20 representaram um desconto de 7,5% em comparação ao fechamento do dia anterior à conclusão (1°) da distribuição. O lote adicional de 54 milhões de ações que estava disponível para ser vendido não foi comercializado.
A Marfrig (MRFG3), maior acionista da BRF, manteve sua participação, conforme previsto. Havia no mercado o rumo que a empresa pudesse comprar a participação de acionistas que não fossem seguir o follow-on, caso da BlackRock, para assumir efetivamente o controle da BRF. Contudo, Marcos Molina optou por não comprar a briga com Petros.