Cidade do México — A volatilidade continua pairando no ar. As Bolsas mostram reveses significativos em um momento crucial: o aperto da política monetária pelo Federal Reserve dos Estados Unidos.
Na semana passada, o mercado desencadeou um episódio de volatilidade devido à incerteza sobre o número de movimentos de alta que o Fed fará, até analistas como os do Bank of America esperam sete movimentos de alta para este ano.
Embora o mercado tenha conseguido se recuperar um pouco das perdas da última sexta-feira (28), índices como o Nasdaq Composite (NDXL) e o S&P 500 registraram perdas acumuladas de 3,04% e 1,64%, respectivamente.
Por outro lado, o Bitcoin (XBTUSD) permaneceu relativamente positivo com alta de 1,86%, mas esse comportamento mostrou que o ativo não parece mais desconectado do mercado. A independência que eles tinham aos poucos foi se esvaindo.
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O Bitcoin iniciou uma correlação positiva com o mercado de ações.
Na reunião de novembro do Fed, quando foi anunciada a retirada do suporte, o preço do Bitcoin chegou a US$ 62.970,23, mas a medida que se aproxima o primeiro movimento de alta do benchmark norte-americano, o preço mostra regressão, no fechamento do dia 3 de fevereiro , foi negociado a 37.167,04 por unidade, equivalente a uma perda de 40%.
“A queda observada no preço do Bitcoin é atribuída ao sentimento de incerteza por parte dos investidores sobre a redução da liquidez pelo Fed”, disse Humberto Calzada, economista-chefe do Rankia Latam, à Bloomberg Linea.
Ele explicou que o aperto da política monetária do regulador norte-americano tem impacto no mercado de ações e em ativos especulativos como a popular criptomoeda.
Há alguns anos, quando a criptomoeda apresentou seu primeiro período de esplendor, em 2017, onde atingiu seu primeiro grande máximo histórico de US$ 19.650 por unidade, foi considerada um ativo de refúgio, apesar de não ter as características de um instrumento desse tipo.
Calzada mencionou que até apresentou correlação negativa com a inflação; no entanto, o Índice de Preços ao Consumidor em diferentes economias foi o mais alto dos últimos quarenta anos; enquanto isso, o preço da moeda digital também diminuiu.
Para o analista independente Cipactli Jimenez, o aumento da liquidez no mercado fez com que os investidores aumentassem suas posições, gerando inclusive a entrada de outros.
“Tem a ver com o fato de que já existe muito dinheiro institucional em bitcoin. Tornou-se mais um ativo no mercado”.
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Essa correlação, embora não na mesma proporção, pôde ser observada com o fenômeno Facebook (FB), da Meta Platforms. Ao soar do sino para o fechamento do mercado na quarta-feira (2), os títulos da rede social despencaram cerca de 24%; enquanto o Bitcoin também caiu em 3%. O principal fator: investidores institucionais, segundo Jimenez.
Na tarde de quinta-feira (3), um conjunto de empresas de tecnologia já esperadas, incluindo a Amazon (AMZN), o Snap (SNAP) e o Pinterest (PINS), impulsionaram os futuros do mercado depois que resultados melhores do que o esperado foram divulgados por analistas de Wall Street.
Por sua vez, o Bitcoin mudou sua tendência e começou a mostrar pequenos ganhos que o colocaram em US$ 37.316,56 por unidade, o equivalente a um aumento de 1,07%. (Cidade do México 20h37)
Até agora este ano, o Bitcoin exibe um declínio de 19,73%. No entanto, as quedas são mais estáveis dentro da alta volatilidade que caracteriza uma criptomoeda, como resultado de seu alto valor de mercado.
De acordo com o portal CoinMarketCap, o bitcoin soma 704.639 milhões em valor de mercado, posicionando-se como a maior moeda dentro de um universo de 9.341 criptomoedas, além das novas que vão surgindo.
Na mira
O economista-chefe do Rankia explicou que o comportamento da criptomoeda dependerá da volatilidade que o mercado apresentar. “Se a volatilidade permanecer estável, o que podemos ver é um platô no comportamento do bitcoin, por exemplo, um comportamento lateral em relação ao resto do ano.”
Caso a volatilidade esteja presente, o preço da moeda digital mostraria correções importantes.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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