São Paulo — A Marisa (AMAR3), rede de lojas especializada no varejo de roupas femininas, deu, nesta quarta-feira (2), mais um passo para reforçar seu caixa e tirar do papel seu plano de expansão, após as dificuldades enfrentadas pelo comércio em dois anos de pandemia da covid.
Um aumento de capital no valor máximo de R$ 250 milhões, homologado hoje pelo conselho de administração, representa um alívio financeiro para a companhia, que virou alvo da estratégia de M&A (fusões e aquisições) por parte do grupo Americanas (AMER3) no ano passado.
Veja mais: Americanas vai explorar lojas da BR Mania, em parceria com a Vibra
“Acreditamos que o reforço de caixa, associado à execução da estratégia, deverão trazer reflexos positivos sobre os resultados da companhia já a partir do ano de 2022″, disse Adalberto Pereira dos Santos, diretor de relações com investidores e vice-presidente financeiro e administrativo da empresa, em fato relevante divulgado na noite de hoje.
Com a injeção de recursos, o novo capital social da Marisa passará de cerca de R$ 1,471 bilhão para R$ 1,721 bilhão, dividido em cerca de 342,835 milhões de ações ordinárias.
A Marisa reafirmou que os recursos captados têm como objetivo “sustentar o plano de investimento estratégico de longo prazo e reforçar a estrutura de capital da companhia”.
Gatilho
O aumento de capital ocorre num momento em que a ação da Marisa voltou a ser recomendada no pregão da B3. A Toro Investimentos, corretora digital do Santander, incluiu o papel em sua carteira recomendada para o mês de fevereiro, considerando que alguns gatilhos destravaram o movimento comprador do setor de varejo ao longo do mês de janeiro. Segundo divulgou a instituição financeira, houve uma melhora em alguns indicadores econômicos do setor, que acabou se tornando oportunidade de compra tendo em vista os fortes descontos que sofreu ao longo de 2021.
Veja mais: Magalu fecha parceria com WayCarbon para gestão de emissões
“O mercado voltou a especular sobre um possível desfecho para as negociações de compra da Marisa. O nome que voltou ao radar do mercado como possível compradora é da Americanas, que em agosto do ano passado havia afirmado o interesse em ampliar seu portfólio do varejo de roupas femininas. Em geral, quando esses movimentos acontecem, o mercado tende a comprar as ações da companhia que está sendo vendida. Caso essas especulações se protagonizem ao longo de fevereiro, o preço das ações deve continuar a chamar atenção do mercado”, comentou a Toro, ao divulgar sua carteira recomendada para fevereiro.
Bônus de subscrição
No fato relevante de hoje, a companhia informou ainda que o volume da operação contou com o comprometimento dos acionistas controladores (família Goldfarb), executivos e investidores institucionais, com 100% de adesão após o exercício de subscrição de sobras (e com pedidos de sobras superiores aos totais disponíveis), além da adesão de quase 5.000 investidores do tipo pessoa física. Do total de ações subscritas, cerca de 85% foram subscritas por fundos de investimento e cerca de 15% por investidores individuais, segundo o fato relevante.
Visto que o número de sobras de ações solicitado foi superior ao total de sobras disponíveis, foram atendidos 88,67% dos pedidos de sobras realizados pelos subscritores, segundo a companhia. As ações subscritas no aumento de capital serão emitidas e creditadas em nome dos subscritores em até 3 dias úteis, a contar do dia de hoje. Também foi homologada a emissão de 81.168.831 bônus de subscrição adicionais à subscrição das ações emitidas no âmbito do aumento de capital. O início do período de negociação dos bônus de subscrição será nesta quinta-feira (3).
Leia também
Por que o lucro do Santander Brasil em 2022 depende dos cartões Amex?
