Sandbox compra PlayKids, da Movile, para expandir na América Latina

O CEO da PlayKids liderará a expansão da empresa de Londres na região

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A empresa britânica Sandbox & Co, fornecedora de produtos de aprendizagem digital, anunciou nesta terça-feira a aquisição da PlayKids, plataforma brasileira de educação digital, por um valor não revelado.

Ao lado do iFood, a PlayKids faz parte da Movile, holding de tecnologia brasileira financiada pela Prosus. Agora, a Movile se juntará à Sandbox como acionista minoritária da PlayKids.

O negócio da PlayKids começou em 2013 focado em conteúdo para o desenvolvimento cognitivo infantil. No começo, a PlayKids tinha parcerias com empresas de telecomunicação, e o aplicativo já vinha instalado em celulares.

Agora, a PlayKids produz originais por meio de vídeos sob demanda, livros interativos e jogos. Com a pandemia, a PlayKids fez parceria com um grupo de educação para oferecer ferramentas de aprendizado às crianças enquanto as escolas estavam fechadas. Hoje, o aplicativo tem mais de 4 milhões de usuários mensais e está disponível em 130 países.

Guilherme Martins, CEO da PlayKids, liderará a expansão da Sandbox na América Latina. Silvia Motta, diretora de M&A da Movile que dirigiu este acordo nos últimos dois anos, se juntará ao conselho como “observadora” da Sandbox com o fundador e CEO Bhav Singh. A Sandbox tem presença nos EUA, Reino Unido e Europa Ocidental e queria crescer nos mercados emergentes.

Singh disse à Bloomberg Línea que já realizou aquisições no Brasil e já conhecia a Movile e PlayKids. “Estávamos procurando expandir para além EUA e do Reino Unido e eles buscavam resultados para a PlayKids.”

“A América Latina é um dos mercados de crescimento mais rápido, tem uma penetração muito alta no uso de aprendizado em dispositivos móveis, então acho que expandir todas as propriedades do Sandbox, como Hopster e Code Kingdoms, no Brasil será o objetivo número um. Temos muitas propriedades de ensino. Como podemos colocá-los em português e realmente expandi-los para o Brasil? Essa é uma das tarefas”, disse.

A Sandbox também quer começar a lançar seus produtos em espanhol para mercados como México, Argentina e América Central.

“Acho que o contrário também vale. Como agora expandimos o PlayKids? Eles têm uma presença forte nos EUA, mas queremos que isso se aprofunde e eles usem nossa rede para construir a PlayKids lá.”

Segundo Singh, a ideia é replicar no mercado ocidental o que a PlayKids tem feito com livros interativos no Brasil.

“Estamos tentando montar produtos para as famílias millennials. Portanto, não é impulsionado por quantas aquisições podemos fazer, é mais sobre quais são as coisas que uma família deseja e nós ainda não oferecemos”, disse.

Atualmente, a Sandbox possui 17 marcas como Code Kingdoms, Hopster e as mais recentes aquisições Edujoy e Tellmewow. A empresa tem uma audiência mensal máxima de mais de 60 milhões de crianças, famílias e professores.

A empresa busca produtos voltados ao aprendizado de idiomas e necessidades especiais para crianças, além do aprendizado de música. Segundo o executivo, a Sandbox não deve se preocupar com o que acontece no mercado de capitais nos próximos seis meses porque está construindo um negócio de longo prazo.

“Não é apenas presença no mercado, acho que a PlayKids construiu uma equipe profissional muito forte. Acho que eles poderão agregar muito valor para nos ajudar porque estamos tentando construir o Sandbox como uma empresa em escala industrial. Não somos uma empresa de capital de risco ou private equity. Estamos construindo por valor, não por avaliação, como continuo dizendo às minhas equipes”.

Esta matéria foi atualizada para esclarecer que o CEO da PlayKids se torna um acionista pessoal da Sandbox & Co como parte do acordo, já que seu clube de assinatura de livros para crianças foi adquirido pela PlayKids em 2016, mas Silvia Motta, diretora de M&A da Movile, que liderou este negócio nos últimos dois anos, terá a cadeira do conselho como observadora.

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