São Paulo — A Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3), unidade de alumínio da Votorantim, informou que deu início, nesta terça-feira (1º), ao processo de integração da operação da Alux do Brasil, situada em Nova Odessa, no interior de São Paulo, após a conclusão da compra de 80% da empresa e transferência do controle, efetivados ontem.
Com isso, a CBA consegue ampliar sua capacidade produtiva de alumínio reciclado, de olho na maior demanda pelo produto, pois a Alux do Brasil é uma das maiores fornecedoras de ligas secundárias de alumínio no Brasil. Em comunicado, a CBA considera que a atuação no mercado de ligas secundárias terá como foco o segmento automotivo, que tem consumido cada vez mais alumínio para a produção de veículos.
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A indústria automotiva é considerada um mercado estratégico para a CBA no fornecimento de ligas para rodas, folhas, chapas e extrudados. Esses produtos de alumínio são utilizados em componentes estruturais em crash management system, barras de proteção de porta e sistema de freios ABS, além de outras aplicações. Com a produção de ligas secundárias, a CBA diz que passará a fornecer também para fabricantes de injeção de peças para motores à combustão, pistões, entre outros.
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Para a CBA, esse movimento é promissor, considerando que o uso do alumínio em aplicações automotivas é uma tendência em todo o mundo, pois o metal melhora a performance, a segurança e o consumo energético dos automóveis e contribui para uma produção veicular sustentável, de alta eficiência energética e baixa emissão de CO² (gás de efeito estufa).
A unidade da Alux permitirá à CBA entrar em um novo segmento de mercado além de ampliar sua capacidade produtiva de alumínio reciclado em cerca de 20%. A aquisição reforça o posicionamento da CBA no mercado de reciclagem no Brasil e amplia suas bases para expansões adicionais no futuro, incluindo novos mercados, diz o comunicado.

Integração
A CBA lembra que tem ainda a opção de compra dos 20% restantes da Alux a partir do terceiro ano da assinatura do contrato. O acordo entre as empresas foi aprovado, sem restrições, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no mês passado.
“A aquisição está alinhada à nossa estratégia de longo prazo de ampliar a capacidade de alumínio reciclado e também reforça o nosso compromisso de produzir alumínio com uma pegada de carbono cada vez menor”, disse Ricardo Carvalho, CEO da CBA, em nota.
A companhia já produz alumínio de baixo carbono e tem como objetivo reduzir 40% da sua emissão de gases do efeito estufa até 2030 nos processos desde a mineração até a etapa de fusão.
Nos próximos 100 dias, a CBA diz que promoverá a integração dos negócios. Nesta fase, a companhia afirma que irá desenvolver e implementar as sinergias logísticas, industriais e comerciais entre a Alux e as operações da CBA, avaliando em profundidade as oportunidades de melhoria de eficiência em geral.
“A integração ocorrerá gradativamente, envolvendo empregados, fornecedores e clientes, valorizando e respeitando as pessoas, a diversidade de culturas e ideias, construindo uma base sólida para crescimentos futuros”, informou Carvalho.
Segundo divulgou hoje o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), o preço internacional do alumínio subiu 45% em 2021.
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