Bloomberg Línea — O burnout, que pode se manifestar por meio de uma fadiga física e mental desencadeada por um estresse crônico no ambiente de trabalho, tornou-se um dos fenômenos mais críticos que afetam empresas e seus colaboradores. Veja quais são os sintomas de alerta entre funcionários e empresas.
Consultada pela Bloomberg Línea, a gerente adjunta do PageGroup, Margarita Maldonado, afirmou que alguns dos sintomas são falta de motivação, dificuldade em organizar a agenda diária, má comunicação com outros membros da equipe, diminuição da produtividade, falta de sono e problemas de saúde.
Nesse sentido, ela recomendou que os líderes ou chefes estejam atentos à situação e considerem diferentes aspectos para não levar os funcionários a chegar a quadros graves de estresse, pânico ou incerteza.
Da mesma forma, ela disse que deve ser estabelecida dentro das organizações uma comunicação constante e positiva que não pode ter como único foco o controle das atividades ou o medo de não atingir os resultados esperados.
A gerente de relações corporativas do ManpowerGroup, Ana María Muñoz, disse à Bloomberg Línea que “com níveis de responsabilidade do empregador nunca vistos antes”, é necessário “um papel maior para o RH, com mais deveres de cuidado, incluindo formas de ajudar os funcionários a se desconectarem”.
Ela afirmou que “há uma necessidade cada vez maior de novas habilidades de liderança empática”. E também do uso da tecnologia, incluindo o valor do compartilhamento de dados pessoais para apoiar a saúde em geral”.
O doutor em Psicologia Clínica e da Saúde e professor da Universidade Internacional de Valencia, Joaquín Mateu Mollá, explica que a síndrome “muitas vezes passa despercebida até o momento em que o seu efeito no corpo e na mente se torna inevitável”.
O especialista indica que quando a síndrome “se instala definitivamente, pode acarretar uma série de problemas de saúde mental, como depressão e transtornos de ansiedade, exigindo tratamento especializado”.
O especialista indica que os sinais de alerta dessa síndrome se refletem no esgotamento emocional, bem como no sentimento de não realização como indivíduos e de despersonalização.
Este último ponto está relacionado ao “tratamento inadequado”, que vai desde indiferença, hostilidade, abandono de responsabilidades e sabotagem de vínculos nas relações corporativas.
Mateu Mollá apontou como a origem da síndrome condições de trabalho inadequadas, relações sociais e pouca conciliação da vida pessoal ou familiar. E “embora todas essas condições tenham consequências graves separadamente, seu efeito é acentuado quando combinadas”.
Mateu Mollá acrescentou que, ao observar que a situação ultrapassa a capacidade das pessoas, consultar um especialista “pode ser prioridade”.
“As informações fornecidas podem servir de referência para saber qual é a situação e tomar a melhor decisão para o autocuidado adequado”, disse.
Nesse sentido, ele fez diversas recomendações que vão desde tomar consciência de possíveis autoimposições, buscar compatibilizar e definir as demandas exigidas ou separar um tempo para o lazer no cotidiano.
Para 2022, ele nos convida as pessoas a ter novos hábitos que envolvem dormir as horas necessárias; seguir uma dieta regular e equilibrada; ou praticar exercícios.
Recomendações
- Conversar sobre como os colaboradores se sentem e “mapear” a equipe para estabelecer ações pertinentes;
- Nas reuniões, focar em planos futuros, não em contingências atuais;
- Se alguém quiser manifestar suas emoções, é importante permiti-lo;
- Realizar novas ações que permitam avançar nos resultados apesar das contingências é um indicador de um bom nível de saúde mental da equipe;
- Para não saturar os colaboradores, deve-se procurar um equilíbrio entre o tipo de informação transmitida e as reuniões planejadas;
- Ter políticas corporativas de gestão de horários de trabalho e também poder denunciar situações de abuso;
- Promover práticas de bem-estar e autocuidado, como limpeza da estação de trabalho e ajuste da postura. Pausas ativas devem ser realizadas e controladas;
- Preparar líderes para esse tipo de gestão também exige um esforço por parte das organizações, com objetivo de gerar ambientes de confiança que lhes permitam ouvir, identificar e conter essas situações.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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