Burnout: confira os sinais de alerta de esgotamento

Síndrome de burnout ocorre devido ao estresse patológico no ambiente de trabalho, segundo especialistas

Entre os sintomas do burnout está a falta de sono e a queda na produtividade
01 de Fevereiro, 2022 | 11:32 AM

Bloomberg Línea — O burnout, que pode se manifestar por meio de uma fadiga física e mental desencadeada por um estresse crônico no ambiente de trabalho, tornou-se um dos fenômenos mais críticos que afetam empresas e seus colaboradores. Veja quais são os sintomas de alerta entre funcionários e empresas.

Consultada pela Bloomberg Línea, a gerente adjunta do PageGroup, Margarita Maldonado, afirmou que alguns dos sintomas são falta de motivação, dificuldade em organizar a agenda diária, má comunicação com outros membros da equipe, diminuição da produtividade, falta de sono e problemas de saúde.

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Nesse sentido, ela recomendou que os líderes ou chefes estejam atentos à situação e considerem diferentes aspectos para não levar os funcionários a chegar a quadros graves de estresse, pânico ou incerteza.

Da mesma forma, ela disse que deve ser estabelecida dentro das organizações uma comunicação constante e positiva que não pode ter como único foco o controle das atividades ou o medo de não atingir os resultados esperados.

A gerente de relações corporativas do ManpowerGroup, Ana María Muñoz, disse à Bloomberg Línea que “com níveis de responsabilidade do empregador nunca vistos antes”, é necessário “um papel maior para o RH, com mais deveres de cuidado, incluindo formas de ajudar os funcionários a se desconectarem”.

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Ela afirmou que “há uma necessidade cada vez maior de novas habilidades de liderança empática”. E também do uso da tecnologia, incluindo o valor do compartilhamento de dados pessoais para apoiar a saúde em geral”.

O doutor em Psicologia Clínica e da Saúde e professor da Universidade Internacional de Valencia, Joaquín Mateu Mollá, explica que a síndrome “muitas vezes passa despercebida até o momento em que o seu efeito no corpo e na mente se torna inevitável”.

O especialista indica que quando a síndrome “se instala definitivamente, pode acarretar uma série de problemas de saúde mental, como depressão e transtornos de ansiedade, exigindo tratamento especializado”.

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O especialista indica que os sinais de alerta dessa síndrome se refletem no esgotamento emocional, bem como no sentimento de não realização como indivíduos e de despersonalização.

Este último ponto está relacionado ao “tratamento inadequado”, que vai desde indiferença, hostilidade, abandono de responsabilidades e sabotagem de vínculos nas relações corporativas.

Mateu Mollá apontou como a origem da síndrome condições de trabalho inadequadas, relações sociais e pouca conciliação da vida pessoal ou familiar. E “embora todas essas condições tenham consequências graves separadamente, seu efeito é acentuado quando combinadas”.

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Mateu Mollá acrescentou que, ao observar que a situação ultrapassa a capacidade das pessoas, consultar um especialista “pode ser prioridade”.

“As informações fornecidas podem servir de referência para saber qual é a situação e tomar a melhor decisão para o autocuidado adequado”, disse.

Nesse sentido, ele fez diversas recomendações que vão desde tomar consciência de possíveis autoimposições, buscar compatibilizar e definir as demandas exigidas ou separar um tempo para o lazer no cotidiano.

Para 2022, ele nos convida as pessoas a ter novos hábitos que envolvem dormir as horas necessárias; seguir uma dieta regular e equilibrada; ou praticar exercícios.

Recomendações

  • Conversar sobre como os colaboradores se sentem e “mapear” a equipe para estabelecer ações pertinentes;
  • Nas reuniões, focar em planos futuros, não em contingências atuais;
  • Se alguém quiser manifestar suas emoções, é importante permiti-lo;
  • Realizar novas ações que permitam avançar nos resultados apesar das contingências é um indicador de um bom nível de saúde mental da equipe;
  • Para não saturar os colaboradores, deve-se procurar um equilíbrio entre o tipo de informação transmitida e as reuniões planejadas;
  • Ter políticas corporativas de gestão de horários de trabalho e também poder denunciar situações de abuso;
  • Promover práticas de bem-estar e autocuidado, como limpeza da estação de trabalho e ajuste da postura. Pausas ativas devem ser realizadas e controladas;
  • Preparar líderes para esse tipo de gestão também exige um esforço por parte das organizações, com objetivo de gerar ambientes de confiança que lhes permitam ouvir, identificar e conter essas situações.

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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Daniel Salazar

Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.