São Paulo — O BTG Pactual (BPAC11), um dos maiores bancos de investimentos do Brasil, acirrou a disputa com o grupo financeiro XP (XPBR31) e anunciou, nesta terça-feira (1), a compra da Elite Investimentos, uma das mais antigas corretoras do Rio de Janeiro, menos de uma semana após ter adquirido a carteira de varejo da Planner.
Em comunicado, o BTG diz que a aquisição faz parte da estratégia de expansão no segmento de assessoria de investimentos. No mês passado, a XP também fez movimentos nesse sentido comprando o Banco Modal e uma participação minoritária na Suno Research.
Veja mais: Calendário de balanços do 4º tri: Santander abre a safra dos bancos
“A sinergia operacional é enorme. A aquisição vai permitir unir a expertise dos funcionários e assessores da Elite com a estrutura de produtos, serviços e tecnologia do BTG, permitindo ganhar ainda mais escala, com diluição de custos, ganhos de eficiência, sinergia e produtividade”, afirma Marcelo Flora, sócio responsável pelo BTG Pactual digital, em nota.
Segundo o BTG, a operação anunciada faz parte do foco dos acionistas da Elite em buscar a excelência no campo de assessoria financeira. Fundada em 1983, a Elite é famosa por ser a corretora em que operava Luiz Barsi, maior investidor pessoa física do Brasil.
“É uma ótima notícia para nossos clientes e colaboradores. Com esta operação, poderemos ofertar uma gama ainda maior de produtos e serviços, com uma plataforma altamente tecnológica, sempre prezando por um atendimento customizado e, tudo isso, lastreado pelo maior banco de investimentos da América Latina” afirma Hersz Ferman CEO da Elite Investimentos, no comunicado.
O acordo inclui a totalidade dos negócios da Elite, que serão integralmente absorvidos pelo BTG Pactual após todas as aprovações regulatórias necessárias.
A exemplo da XP, o BTG tem buscado aumentar o número de agentes autônomos. No ano passado, a EQI Investimentos trocou a XP, onde era um dos maiores escritórios parceiros de sua rede, pelo BTG.
Corretagem zero
Com a venda da Elite, sobram poucas corretoras independentes no mercado para a disputa entre XP e BTG: Ativa, Genial, Nova Futura, Terra e Órama. ABolsa brasileira foi perdendo corretoras menores nas últimas décadas devido à estratégia dos grandes bancos de ganhar presença no segmento de pessoa física. Em 2008, o Bradesco comprou a Ágora, que era a segunda maior corretora do país na época.
O advento das fintechs na última década trouxe mais competição para o setor, como as promoções de taxa de corretagem zero. Com isso, as corretoras tradicionais perderam clientes, principalmente aquelas instituições que não apostaram tanto na digitalização de seus serviços. Atualmente, 46 corretoras operam na B3. Há 20 anos, o Brasil tinha 112 corretoras de valores mobiliários.
(Atualiza às 8h50 com informações de contexto do negócio)
Leia também
Petróleo sobe perto da máxima de sete anos antes de reunião da Opep