São Paulo — Os credores do Hopi Hari, maior parque temático de diversões do Brasil, vão se reunir na próxima quarta-feira (2) para votar a aprovação ou não de um plano para reestruturação da empresa, que entrou em recuperação judicial em 2016 com uma dívida estimada em R$ 500 milhões
A Assembleia-Geral de Credores não discutirá a possibilidade de afastamento da atual gestão do parque, pois o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo proferiu uma decisão vetando a inclusão do tema na pauta, confirmou a assessoria de imprensa do Hopi Hari, nesta segunda-feira (31).
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No fim de outubro, a administração do parque anunciou um acordo com das mais importantes empresas deste segmento no mundo, o banco norte-americano de investimentos Whitehall & Company LLC, alcançando investimentos de até US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões). Para concretizar o negócio, o grupo aguarda apenas aprovação da assembleia de credores.
Segundo o advogado do parque, Felipe Genari, em decisão proferida no último dia 19, o Tribunal de Justiça entendeu que não caberia aos credores do parque decidir sobre o afastamento de sua atual gestão, já que a lei atribui essa decisão ao juiz do processo e não aos credores.
Com isso, a pretensão de afastamento da gestão sustentada pelo credor Silo Comunicação e Relacionamento Inteligente foi afastada por decisão de Segunda Instância, e a Assembleia de Credores da próxima quarta-feira volta a se limitar à análise e aprovação do plano de recuperação judicial apresentado pelo parque.
BNDES
A Assembleia, que inicialmente estava marcada para 31 de agosto do ano passado, foi prejudicada, em um primeiro momento, pelo pedido de suspensão do principal credor do parque, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que solicitou mais tempo para avaliar a viabilidade do plano apresentado pelo Hopi Hari. Diante disso, nova data foi designada: 3 de novembro de 2021.
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No entanto, um dia antes da assembleia acontecer, as empresas concorrentes do Hopi Hari (Beto Carrero, Playcenter e Wet’n Wild) entraram com pedido de aprovação de proposta alternativa de pagamento aos credores. “Ao apreciar liminarmente o recurso do parque temático, o Tribunal de Justiça acolheu o argumento no sentido da ilegalidade da sujeição coativa do devedor em recuperação judicial à proposta alternativa apresentada por terceiros”, disse o advogado do parque.
Segundo o grupo que administra as sociedades Hopi Hari S/A, HH Participações S/A e HH Parques Temáticos S/A (em recuperação judicial), o acordo com o Whitehall trará maior tranquilidade financeira no cumprimento de seu plano de recuperação judicial e contemplará, ainda, o planejamento de novas atrações.
Aquisições
O projeto com a Whitehall não irá somente reestruturar as obrigações passadas com os credores, segundo o Hopi Hari, como também compreenderá a expansão das suas atrações, o desenvolvimento imobiliário dos seus terrenos, com novos lançamentos, e também o desenvolvimento de eventuais lançamentos do parque em outras regiões do Brasil ou, ainda, a aquisição de outras empresas do segmento.
O Whitehall é o banco líder de investimento em ativos reais e que oferece investimentos diretos e administrados por investidores na América do Norte, América Latina e Caribe, cujos ativos combinados estão na casa dos trilhões de dólares e que possui experiência neste segmento, através do fundo Apollo Global Management´s, responsável pela administração e expansão do portfólio de hotéis e parques aquáticos Great Wolf Lodge, destaca o Hopi Hari.
Segundo a assessoria da empresa, o parque temático segue com suas operações em Vinhedo (interior de São Paulo) normalmente. Atualmente o Hopi Hari tem mais de 800 funcionários, com todos os salários, férias, banco de horas e registros devidamente regularizados, segundo a companhia.
“A atual gestão regularizou ainda pagamento de tributos, fornecedores e prestadores pós recuperação judicial, além de advogados e administradores judiciais e do seguro do Parque, ativo desde 25/09/21. E, ainda, adquiriu na justiça o direito de iniciar o pagamento da classe trabalhista antes mesmo da realização da assembleia da RJ [recuperação judicial]”.
Devido às restrições impostas pela pandemia da covid-, o parque chegou a fechar em 17 de março do ano passado, mas retomou as atividades, em definitivo, somente no dia 24 de abril de 2021, passando por diversos momentos de instabilidade, ao longo desses meses, e com público limitado.
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