Bloomberg — A China proibiu temporariamente a carne de um frigorífico do sul da Austrália, sendo esta a mais recente de uma série de interrupções na importação da Austrália em dois anos, à medida que as autoridades de Pequim aumentam o escrutínio das unidades de processamento no exterior.
A suspensão se aplica à unidade da Teys Australia em Naracoorte a partir de 29 de janeiro, segundo aviso oficial da Administração Geral de Alfândegas da China. Nenhum motivo específico para a decisão foi mencionado.
Ainda assim, a proibição segue um surto de Covid na unidade de processamento, o que gerou controvérsia depois que os trabalhadores foram informados de que deveriam trabalhar mesmo se infectados com o vírus, a menos que seus sintomas os afetassem muito. A empresa, que é parcialmente detida pela gigante agrícola norte-americana Cargill, desistiu da decisão após retaliações.
“A Teys trabalhará em estreita colaboração com os órgãos reguladores do mercado de exportação australiano para restabelecer o acesso à China”, disse um porta-voz da empresa em comunicado enviado por e-mail na segunda-feira (31), e confirmou que a unidade em questão envia cerca de 5% de sua produção para a China.
As autoridades de Pequim reprimiram cada vez mais as indústrias de alimentos no exterior em meio a relatos de infecções por covid-19 espalhadas pelas fábricas de alimentos congelados, principalmente frigoríficos.
A China afirmou que o vírus pode ser transmitido por meio de embalagens de alimentos congelados, apontando estes como o motivo de um surto em Dalian em novembro. Ainda assim, a Organização Mundial da Saúde diz que a chance de contrair covid-19 de alimentos congelados é muito baixa.
Ao longo de 2020, a China também criticou a Austrália por buscar uma investigação internacional sobre as origens do coronavírus e citou isso como motivo para encerrar o comércio de várias outras unidades de processamento de carne do país.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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