China: Aplicativo de relacionamentos Grindr some da App Store no país

Após declaração do aumento do escrutínio do governo chinês sobre conteúdo on-line, aplicativo desapareceu das principais lojas do país

Usuários do aplicativo de relacionamentos relataram problemas de conectividade nas últimas semanas, culminando na sua remoção da App Store
Por Bloomberg News
31 de Janeiro, 2022 | 02:42 PM

Bloomberg — O Grindr, um popular aplicativo de relacionamentos para gays, foi removido da App Store da Apple (AAPL) na China, dias depois que Pequim disse que renovaria sua campanha para controlar conteúdo on-line.

O aplicativo americano foi retirado da loja de aplicativos na semana passada, enquanto as buscas pela plataforma de relacionamentos no Android o produziam resultados em mercados de aplicativos administrados por gigantes nacionais como a Tencent (TCEHY) e a Huawei. A Play Store, da Alphabet (GOOGL), bem como outros serviços do Google, não está disponível na China. Concorrentes locais do Grindr, incluindo o Blued, continuam acessíveis em iPhones e dispositivos Android.

Não está claro quando o Grindr desapareceu das lojas chinesas do Android, mas a empresa de pesquisa móvel Qimai registrou que sua versão para iOS foi removida em 27 de janeiro.

Representantes do Grindr e da Apple não quiseram comentar.

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A remoção do Grindr ocorreu enquanto a China inicia novos esforços para regular conteúdo on-line antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A Administração do Ciberespaço da China anunciou na semana passada uma campanha de um mês para reprimir rumores, pornografia e conteúdo ilegal on-line.

Alguns usuários do Grindr na China relataram problemas de conectividade nas últimas semanas, incluindo a incapacidade de enviar e receber mensagens ou adicionar curtidas.

Em 2020, a proprietária chinesa do Grindr, a Beijing Kunlun Tech, vendeu o aplicativo para investidores por cerca de US$ 600 milhões, depois que órgãos reguladores dos Estados Unidos exigiram o desinvestimento por motivos de segurança nacional.

No ano passado, diversos serviços estrangeiros de internet – incluindo Yahoo, o LinkedIn, da Microsoft (MSFT), e o Fortnite, da Epic Games – desistiram da China, citando um ambiente jurídico e comercial cada vez mais hostil. A China retirou a homossexualidade de uma lista nacional de transtornos mentais há cerca de duas décadas, mas a censura em Pequim reprimiu esporadicamente o entretenimento e o conteúdo com temas gays.

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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