Bloomberg — O Grindr, um popular aplicativo de relacionamentos para gays, foi removido da App Store da Apple (AAPL) na China, dias depois que Pequim disse que renovaria sua campanha para controlar conteúdo on-line.
O aplicativo americano foi retirado da loja de aplicativos na semana passada, enquanto as buscas pela plataforma de relacionamentos no Android o produziam resultados em mercados de aplicativos administrados por gigantes nacionais como a Tencent (TCEHY) e a Huawei. A Play Store, da Alphabet (GOOGL), bem como outros serviços do Google, não está disponível na China. Concorrentes locais do Grindr, incluindo o Blued, continuam acessíveis em iPhones e dispositivos Android.
Não está claro quando o Grindr desapareceu das lojas chinesas do Android, mas a empresa de pesquisa móvel Qimai registrou que sua versão para iOS foi removida em 27 de janeiro.
Representantes do Grindr e da Apple não quiseram comentar.
A remoção do Grindr ocorreu enquanto a China inicia novos esforços para regular conteúdo on-line antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. A Administração do Ciberespaço da China anunciou na semana passada uma campanha de um mês para reprimir rumores, pornografia e conteúdo ilegal on-line.
Alguns usuários do Grindr na China relataram problemas de conectividade nas últimas semanas, incluindo a incapacidade de enviar e receber mensagens ou adicionar curtidas.
Em 2020, a proprietária chinesa do Grindr, a Beijing Kunlun Tech, vendeu o aplicativo para investidores por cerca de US$ 600 milhões, depois que órgãos reguladores dos Estados Unidos exigiram o desinvestimento por motivos de segurança nacional.
No ano passado, diversos serviços estrangeiros de internet – incluindo Yahoo, o LinkedIn, da Microsoft (MSFT), e o Fortnite, da Epic Games – desistiram da China, citando um ambiente jurídico e comercial cada vez mais hostil. A China retirou a homossexualidade de uma lista nacional de transtornos mentais há cerca de duas décadas, mas a censura em Pequim reprimiu esporadicamente o entretenimento e o conteúdo com temas gays.
--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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