Bloomberg — A Coreia do Norte parece ter disparado um de seus maiores mísseis balísticos em quase cinco anos, na maior série de testes desde que Kim Jong Un assumiu o poder. O movimento leva o tema do arsenal nuclear norte-americano de volta à agenda do governo Biden.
A Coreia do Norte lançou um suposto míssil de alcance intermediário pela primeira vez desde 2017, de acordo com avaliações iniciais do Japão e da Coreia do Sul. O míssil atingiu uma altitude de até 2.000 quilômetros (1.240 milhas) e teve uma distância de voo de cerca de 800 quilômetros, disseram os dois países vizinhos.
O lançamento ocorre depois que a Coreia do Norte desencadeou este mês uma de suas maiores séries de mísseis desde agosto de 2019. Também ameaçou encerrar seu hiato de quase quatro anos em testes de armas nucleares e mísseis de longo alcance projetados para levar ogivas até os EUA.
O líder norte-coreano Kim Jong Un disse em uma reunião de alto nível de seu partido no final de 2021 que estava mais interessado em reforçar seu arsenal do que retornar às negociações de desarmamento nuclear com os EUA, que estão paralisadas há quase três anos.
Embora Kim tenha ficado longe de tais negociações, ele vem aumentando constantemente seu arsenal nuclear, testando novos sistemas para ataques rápidos e aqueles que podem manobrar em voo para evitar interceptadores operados pelos EUA na região. Isso inclui mísseis de cruzeiro de longo alcance que podem atingir todo o Japão, um novo míssil balístico lançado por submarino e um sistema hipersônico projetado para usar altas velocidades e fazer manobras para lançar ogivas.
A Coreia do Norte também retomou as operações de produção de plutônio em sua principal usina nuclear de Yongbyon no ano passado, enquanto imagens de satélite mostram a expansão de uma usina que enriquece urânio para armas.
O último lançamento lembrou a ao governo Biden que o arsenal nuclear de Kim permanece entre os maiores desafios de política externa dos EUA, apesar da decisão do ex-presidente Donald Trump de realizar reuniões presenciais com o líder norte-coreano. Embora Kim tenha feito um vago compromisso em 2018 de “trabalhar para a desnuclearização completa da península coreana”, ele continuou a avançar em seu programa de armas nucleares.
O líder norte-coreano enfrenta um dos períodos mais difíceis de sua década no poder. As sanções ajudaram a reduzir sua economia ao menor nível desde que ele assumiu o comando e o fechamento de fronteiras, há cerca de dois anos devido ao coronavírus, freou o pouco comércio internacional que o país mantinha.
Mas o regime de Kim também encontrou maneiras de evitar sanções, com os EUA e o Conselho de Segurança das Nações Unidas acusando-o de intensificar seus crimes cibernéticos para reforçar suas receitas.
(atualizado às 9h50 com novas informações)
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