Bloomberg — A startup de pagamentos móveis Ualá está iniciando suas operações na Colômbia, seu terceiro mercado na América Latina depois da Argentina e do México.
A Ualá tem sede em Buenos Aires e valor de mercado de US$ 2,5 bilhões, segundo a sua última rodada de financiamento. A empresa está começando operações na Colômbia depois de tratativas com os reguladores locais pelos últimos dois anos para obter uma licença como empresa de financiamento e oferecer cartões de débito, disse o fundador e CEO, Pierpaolo Barbieri, em entrevista por telefone.
“Nós nos apaixonamos pela oportunidade da Colômbia, uma economia na qual você vê um tremendo crescimento e desenvolvimento”, disse ele. Com dados do banco central mostrando que 87% dos colombianos preferem usar dinheiro em espécie, “acreditamos que a digitalização irá mais longe”.
A Colômbia tem um setor de fintechs movimentado, com mais de 300 empresas ativas no país, segundo a associação local do setor. Os empreendimentos procuram aproveitar o fato de que cerca de 50% dos adultos não têm conta em banco, de acordo com dados do Banco Mundial. Lar de mais de 50 milhões de pessoas, a economia colombiana está se recuperando da pandemia com expectativa de crescimento de 4,7% este ano.
Barbieri diz que a Ualá está bem posicionada para enfrentar a concorrência local porque poucos players se concentram em cartões de débito devido ao longo processo regulatório necessário para lançá-los, disse ele.
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“Para acelerar a digitalização de bens e serviços, precisamos primeiro ter débito para depois construir um histórico de crédito”, disse o CEO. “É por isso que seguimos o longo caminho para obter uma licença e montar nossas próprias operações.”
O hub local tem uma equipe de 40 funcionários liderada pela country manager Natalia Rios, e a empresa planeja dobrar seu tamanho na Colômbia em 2022, disse Barbieri. Seu investimento inicial, já financiado por rodadas anteriores, será de US$ 80 milhões, de acordo com um comunicado da empresa.
Ualá é apoiada pelo conglomerado japonês SoftBank Group e o gigante chinês da internet Tencent Holdings, juntamente com os primeiros patrocinadores, incluindo o bilionário George Soros, Goldman Sachs Group, Ribbit Capital e Monashees.
A empresa emitiu mais de 4 milhões de cartões na Argentina e no México, onde aguarda a aprovação das autoridades locais após a assinatura de acordos para comprar dois bancos. A empresa espera atingir o ponto de equilíbrio operacional na Argentina no terceiro trimestre, disse Barbieri.
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