Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Copom deve elevar a Selic para dois dígitos na próxima quarta, após o sinal hawkish do Fed pressionar juros globais

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Bloomberg — Copom deve elevar a Selic para dois dígitos na próxima quarta-feira, após o sinal hawkish do Fed pressionar curvas de juros em todo o mundo. Payroll e decisões do BCE e BOE podem reforçar volatilidade global e dados mostrarão pulso da atividade no Brasil. Mercado ainda monitora geopolítica no exterior e perspectivas fiscais e eleitorais com fim do recesso parlamentar. Follow-on da BRF e balanço do Santander são destaques corporativos.

Copom

Copom deve estender o aperto monetário e elevar a Selic de 9,25% para 10,75%na 1ª reunião do ano. Maior expectativa sobre o comunicado é se o BC manterá ou não a sinalização de nova alta de 1,5 ponto percentual. Curva de juros precifica a possibilidade de uma desaceleração do ritmo para 1pp em março e 0,5pp em maio. Pesquisa Focus na segunda-feira pode ajustar projeção de inflação após IPCA-15 salgado. Semana ainda contará com produção industrial de dezembro e os dados de janeiro da balança, Anfavea e PMI industrial e de serviços, além do resultado fiscal consolidado.

Payroll e BCE

Mercado vai avaliar com atenção o relatório de emprego dos EUA, na próxima sexta-feira, após a fala do presidente do Fed esta semana elevar as apostas para até cinco altas do juro americano. Estimativa mediana é de +170.000 para o payroll de janeiro, contra +199.000 em dezembro. BC europeu e Banco da Inglaterra terão reuniões na quinta-feira. PMIs nos EUA, Europa e China também estarão no radar nos próximos dias.

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Congresso de volta

Tanto a Câmara quanto o Senado retornam do recesso na próxima semana. Um dos temas que aguardam debate é a busca por uma solução para a alta dos combustíveis. O governo decidiu descartar a ideia de criar um fundo para reduzir o preço dos combustíveis na PEC defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e que prevê reduzir impostos sobre esses produtos, disse O Globo, sem citar como obteve a informação. O mercado também segue avaliando as pesquisas eleitorais e falas dos pré-candidatos. Discurso recente do ex-presidente Lula, visto como centrista, ajudou na valorização recente da bolsa e na queda do dólar, em meio à entrada de capital estrangeiro no país.

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Covid

O mercado deve seguir acompanhando os números da Covid, embora sem esboçar reação visível uma vez que a letalidade da nova variante ômicron é mais reduzida e o efeito em termos de bloqueio de atividades na economia tem sido menor do que nas ondas anteriores. O número de casos diários no Brasil nesta quinta-feira teve o segundo recorde consecutivo, com 228.954 notificações.

BRF e Santander

A BRF vai oferecer 270 milhões de ações ordinárias em oferta, que poderá ser acrescida em até 20%. Citigroup coordena a transação, que pode levantar cerca de R$ 8 bilhões, e terá o preço por ação definido no dia 1 de fevereiro. Santander Brasil e Cielo abrem a temporada de balanços do 4º trimestre de 2021 no dia 2.

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