Bloomberg — A WeTransfer cancelou os planos de uma oferta pública inicial em Amsterdã depois que uma liquidação de ações de tecnologia atingiu o apetite dos investidores.
A oferta está sendo retirada devido às condições voláteis do mercado, informou a plataforma de compartilhamento de arquivos na quinta-feira (27). Na semana passada, a empresa reduziu em 20% sua meta de receita original, buscando levantar 125 milhões de euros (US$ 140 milhões). A IPO proposta havia avaliado a empresa em até 716 milhões de euros.
Gavin Launder, gerente de fundos da Legal & General Investment Management, disse que as condições do mercado estão parcialmente por trás de sua decisão de não participar da IPO. Ele também citou preocupações de que a empresa “não tenha barreiras reais à entrada e preocupações de que o Google (GOOGL) e a Amazon (AMZN), donos da infraestrutura de nuvem, possam entrar no negócio”.
As ações de tecnologia foram envolvidas em uma rotação de ativos de crescimento espumoso, à medida que a perspectiva de aumentos das taxas de juros eleva os rendimentos dos títulos. O subgrupo de tecnologia do Stoxx 600 Index (SXXP) tem o pior desempenho do benchmark este ano.
“As jogadas de colaboração se tornaram uma proposta complicada de IPO”, disse Patrick Basiewicz, analista da corretora FinnCap. “A da WeTransfer parecia sólida, mas essa desconfiança, a volatilidade atual do mercado e a rica valuation da oferta são fatores que tornam a retirada da IPO nada surpreendente.”
Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Bloomberg que a empresa tem muitas opções na mesa e não descarta fusões e aquisições ou uma possível listagem futura.
A WeTransfer já havia moderado suas expectativas de valuation, perdendo a marca de unicórnio, reservada para startups com valor superior a US$ 1 bilhão. Os acionistas, Highland Europe Technology e HPE Institutional Fund II, planejavam vender parte de suas participações na IPO.
A decisão da empresa de não listar neste momento “não muda de forma alguma” a intenção da Highland de permanecer como acionista de longo prazo, disse a sócia Irena Goldenberg.
O Morgan Stanley (MS) e o Bank of America (BAC) foram coordenadores globais, juntamente com os bookrunners, ABN Amro, em cooperação com o Oddo BHF e o Barclays.
– Com a colaboração de Cagan Koc.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também