Pandemia: países ‘populistas’ tiveram desempenho ruim, aponta estudo

Excesso de mortalidade foi mais que o dobro em países liderados por governos considerados populistas

Estratégia de comunicação dos governos frequentemente minimizava gravidade da pandemia
Por Iain Rogers
27 de Janeiro, 2022 | 10:20 AM

Bloomberg — Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e outros países com governos “populistas” administraram mal a pandemia de covid-19 em 2020 e causaram mortes desnecessárias com políticas relativamente brandas, segundo um trabalho de pesquisa acadêmica.

O excesso de mortalidade – número de mortes além do esperado sem a pandemia – foi, em média, mais que o dobro nos países governados por populistas, relatou Michael Bayerlein, pesquisador do Instituto Kiel para a Economia Mundial e um dos autores do artigo em questão, em comunicado à imprensa nesta quinta-feira (27).

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O principal motivo da diferença foi que a “mobilidade dos cidadãos” – medida usando dados do Google sobre o número de pessoas em lugares como supermercados ou parques – foi maior em países populistas com taxas de infecção semelhantes, constatou o estudo. O excesso de mortalidade foi de 18% em países liderados por governos populistas e de 8% em países sem governos populistas.

Excesso de mortalidade em países de governo populista em comparação com governos não populistas

Para fins do estudo, 11 governos foram classificados como “populistas”. Além dos países citados, a lista incluiu Polônia, Eslováquia, República Tcheca, Hungria, Índia, México, Israel e Turquia.

Esses governos eram menos propensos a implementar “políticas impopulares” para conter a propagação da pandemia, como lockdowns, segundo os autores.

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Eles também determinaram que a estratégia de comunicação dos governos populistas normalmente minimizava a gravidade da pandemia e desacreditava constatações científicas. Portanto, os cidadãos estavam menos inclinados a levar o vírus a sério e restringir seus movimentos por iniciativa própria.

Os EUA tiveram o maior número de mortes por covid, com quase 880 mil, seguidos pelo Brasil, com quase 625 mil, segundo o Bloomberg Virus Tracker. A Índia registrou mais de 490 mil, e o Reino Unido, mais de 150 mil.

Além de Bayerlein, do Kiel Institute, os autores incluíram pesquisadores de universidades da Suécia, Noruega, Holanda e Grã-Bretanha.

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--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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