Bloomberg — Hong Kong pode diminuir a duração da quarentena para viajantes, uma das mais extremas do mundo, em meio a um surto rápido da ômicron que sobrecarregou a infraestrutura da cidade para isolar pessoas com alto risco de estarem com Covid.
A variante ômicron parece se espalhar mais rapidamente do que as cepas anteriores do vírus, reduzindo potencialmente o tempo necessário para que uma nova infecção se desenvolva, sugerem estudos.
“Já que a ômicron está superando a delta globalmente, também estamos analisando dados de incubação da ômicron”, disse a secretária de Alimentação e Saúde Sophia Chan, em entrevista à Bloomberg TV nesta quinta-feira. “Se houver espaço para ajustar o período de quarentena, faremos isso.”
“Fazemos revisões todos os dias”, disse ela. “Assim que tivermos mais ajustes, anunciaremos.”
Hong Kong considera diminuir a quarentena para quem chega ao país de 21 para 14 dias, segundo reportagem do jornal Sing Tao Daily nesta quinta-feira, citando pessoas sob anonimato. O South China Morning Post disse que a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, deve anunciar a redução do período de quarentena em coletiva de imprensa.
A revisão da política acontece em um momento em que política de quarentena de viagens de Hong Kong está cada vez mais fora de sintonia com as normas globais, onde períodos de isolamento para pessoas infectadas foram encurtados em meio a ômicron. Mesmo autoridades de saúde da China continental, que também praticam uma política rígida de Covid Zero, disseram que qualquer coisa acima de 14 dias é provavelmente um reação exagerada.
As autoridades da cidade consideram encurtar o período de 21 dias para 14 dias após o feriado do Ano Novo Lunar, segundo a mídia local Sing Tao.
Hong Kong atualmente lida com um de seus maiores surtos desde o início da pandemia, com cerca de 560 casos locais relatados desde o final de dezembro. O principal centro de quarentena da cidade, chamado Penny’s Bay, abriga cerca de 2.500 pessoas que tiveram contato com infectados ou que acabaram de chegar de viagem.
Chan disse que está “otimista” de que Hong Kong pode retornar a alguma semelhança com a normalidade dentro de um ano. “Estamos no controle do vírus”, disse ela.
Enquanto a maioria das economias mudou para, de alguma forma, viver com o vírus, a abordagem de tolerância zero de Hong Kong prejudicou sua reputação como centro financeiro global. A política pode manter a cidade isolada da maior parte do mundo até 2024 e alimentar um êxodo em larga escala de trabalhadores e executivos internacionais, de acordo com um relatório preliminar da Câmara Europeia de Comércio.
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