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Fed mostra as suas armas

Também no Breakfast: Discurso de Powell segue ecoando e volatilidade deve imperar; Nos bastidores do processo de emissão da BRF e Musk sinaliza que robô humanoide será negócio maior que carros da Tesla

27 de Janeiro, 2022 | 07:10 AM
Tempo de leitura: 5 minutos
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Bom dia! Hoje é 27 de janeiro de 2022 e este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias do dia

(Foto: Stefani Reynolds/Bloomberg)

O ciclo de altas dos juros norte-americanos foi anunciado formalmente. O Federal Reserve (Fed) apontou que o custo do dinheiro na maior economia do mundo deve subir “em breve”.

🏦 Na reunião de ontem, o banco central dos Estados Unidos manteve inalterada a taxa dos Fed Funds, situada no intervalo entre 0,0% e 0,25%, como era esperado pelo mercado. Mas a inflação acima dos 2% e o mercado de trabalho forte dão a deixa para uma mudança de posicionamento do Fed, agora mais incisivo no uso da política monetária para debelar a inflação.

📈 Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, há bastante espaço para aumentar as taxas de juros sem prejudicar o emprego e o crescimento dos EUA. Na entrevista para comentar a decisão, Powell afirmou que o comitê “tem em mente elevar juros no encontro de março”. E mais: o dirigente disse que as altas podem acontecer, inclusive, “em todas as reuniões” deste ano.

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Medida de inflação citada por Powell está prestes a ficar mais aquecida

Na trilha dos Mercados

A tão aguardada reunião do Fed passou, mas o tom mais beligerante do banco central dos Estados Unidos no combate à inflação continuará ecoando. Mais do que isso, se sobreporá sobre aos demais catalisadores dos mercados, como os balanços corporativos e as tensões geopolíticas.

O mercado havia descontado nos preços dos ativos a hipótese de alta dos juros logo em março. Também já esperava que nestas alturas terminaria a provisão de liquidez pela Fed, que vinha comprando ativos para ajudar a economia durante a pandemia.

📌 Porém, um fator em especial levou as bolsas a cair no fechamento – e tudo indica que pode afetar os negócios de hoje. A indicação de Jerome Powell de que o Fed poderá subir os juros inclusive em todas as reuniões do ano, se assim for necessário.

🥷 Com isso, mostra que vai se valer de todos as artimanhas para debelar a escalada inflacionária, ainda que seja com um aumento mais rápido dos juros – e de maior dimensão.

♠️ Mesmo que o Fed não tenha transmitido com detalhes o tema da redução do balanço patrimonial, ficou claro que esta também poderá ser uma carta na manga para enxugar a liquidez do mercado. O banco central deixará que os títulos vincendos expirem, em vez de rolar a dívida, mas o foco de sua política monetária serão os juros.

📊 No radar dos operadores também estão alguns dados macroeconômicos, como o PIB norte-americano, e balanços de gigantes como Apple, que podem dar alguma ideia sobre o comportamento das cadeias de abastecimento.

  • Os futuros de índices norte-americanos abriram em queda, mas depois mudaram de rumo. Na Europa as bolsas também iniciaram o dia em baixa, movimento que parece se desvanecer.
Comunicados do Fed sobre política monetária ainda ecoarão nos mercados
🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,38%), S&P 500 (-0,15%), Nasdaq (+0,02%), Stoxx 600 (+1,68%), Ibovespa (+0,98%)

As ações americanas perderam terreno depois do discurso do presidente do Fed. O dia foi bastante volátil. O S&P 500, que havia subido mais de 2% no início do dia, acabou terminando no vermelho. Os rendimentos do Tesouro de 10 anos se aproximaram de 1,9% - estavam em 1,78% no começo da jornada.

No radar

  • EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
  • Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics

Sexta-feira, 28

  • EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
  • Balanços: Chevron, Caterpillar

Destaques da Bloomberg Línea

Também é importante

Marfrig e Marcos Molina jogam parados em follow-on da BRF: Nos bastidores do processo de emissão da BRF, que pode ampliar em até 40% sua base acionária, está um jogador que tem se mostrado discreto, mas sempre atento a todos os movimentos. A Marfrig Global Foods (MRFG3) é a maior acionista individual da BRF e tem seu fundador e controlador, Marcos Molina, o personagem fundamental que pode ditar novos rumos para ambas as empresas. A emissão da BRF, com potencial de render R$ 8 bilhões, pode ser uma das raras ofertas de 2022.

Musk: Robô humanoide será negócio maior que carros da Tesla: O Optimus Human Robot é a coisa mais importante em que a Tesla (TSLA) estará trabalhando este ano, disse o presidente-executivo Elon Musk a investidores nesta quarta-feira, dobrando a aposta em um produto que ele visualizou de forma memorável no ano passado com um humano dançando no palco.

Setor aéreo mundial perdeu dois anos com a pandemia: O tráfego aéreo mundial de passageiros no ano passado ficou 58% menor que no período antes da pandemia, em 2019, segundo dados divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA, na sigla em inglês.

• Lula diz que dialogará com centro e direita para construir maioria: Líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (26), disse que, se vencer a eleição de outubro, vai negociar com todas as forças do Congresso, e não apenas com a sua base eleitoral. Na entrevista à rádio CBN Vale, de São José dos Campos (SP), o petista afirmou não acreditar que a esquerda saia das urnas com maioria no Congresso.

Opinião Bloomberg

O caminho para um salário digno começa com transparência das empresas

As empresas americanas de capital aberto fazem centenas de divulgações em seus relatórios anuais. Surpreendentemente, o quanto eles pagam aos trabalhadores não é uma delas. Isso precisa mudar. Os salários dos Estados Unidos estão subindo após décadas de estagnação. E, no entanto, tudo indica que a desigualdade de renda nos EUA é a mais alta de todos os tempos e está crescendo, e dezenas de milhões de trabalhadores em tempo integral ainda não conseguem ganhar um salário digno.

Pra não ficar de fora

Combinação de estratégia de preço e conquista de usuários premium que anteriormente eram fiéis à Huawei contribuíram para desempenho da empresa

A Apple (AAPL) foi a marca de smartphones mais vendida na China durante o último trimestre de 2021, segundo um estudo do setor, destronando a Huawei do primeiro lugar no maior mercado de celulares do mundo pela primeira vez desde 2015.

📱 O recém-lançado iPhone 13 ajudou a Apple a superar as rivais chinesas Vivo e Oppo depois que a Huawei despencou no ranking, de acordo com um relatório da Counterpoint Research. As vendas da Apple no país aumentaram 32%, mesmo com o mercado doméstico mais amplo encolhendo 9% devido à escassez de chips e a uma desaceleração econômica que limitou a produção e a demanda dos consumidores.

🟢 O feito marca uma mudança na dinâmica do mercado depois que as restrições dos Estados Unidos às exportações de tecnologia atingiram o negócio de smartphones da Huawei, que outrora fora líder mundial.

📊 Em 2020, a gigante chinesa foi obrigada a desmembrar o ramo de celulares Honor, que ocupou o quinto lugar no trimestre, atrás da Xiaomi.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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