Bloomberg — A ligação entre os movimentos das ações brasileiras e o mercado norte-americano está mais frouxa neste mês de janeiro.
A correlação de 90 dias entre o Ibovespa (IBOV) e o índice S&P 500 (SPX) vem caindo e neste mês ficou, em média, em 0,36. O índice local acumulou alta de 6,2% em moeda local este ano até 26 de janeiro, e cerca de 11% em dólares, beneficiado pela continuidade da entrada de recursos estrangeiros que buscam papéis vistos com múltiplos atrativos depois das perdas em 2021. O S&P 500 caiu 7,6% no mesmo período. No ano passado, o principal referencial da bolsa brasileira teve sua primeira queda anual desde 2015 em meio ao aumento da taxa de juros, inflação elevada e riscos políticos.
A solidez destoa das bolsas em NY em meio aos solavancos com ajustes para o aperto monetário sinalizado pelo Federal Reserve. O S&P 500 tem perda próxima a 9% em janeiro, mês que teve um pregão a menos em Wall Street do que no mercado brasileiro diante do feriado em homenagem a Martin L. King Jr. nos EUA. Na véspera, o S&P voltou a cair depois de o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, reforçar o empenho em combater a inflação. O Ibovespa resistiu e fechou em alta.
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“Curiosamente, as empresas mais maduras se prepararam melhor para o 2022 complicado e podem distribuir bons dividendos e juros sobre capital. Isso mexe ainda mais com o índice e enfraquece a correlação”, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.
Para Sérgio Goldman, chefe de pesquisa da Esh Capital, recomendações de venda de posições nos EUA e compra de emergentes acabam beneficiando também o Brasil, que tem múltiplos atrativos e registrou um resultado fiscal em 2021 melhor do que o esperado. A atratividade do país fez os estrangeiros ingressarem com R$ 21,07 bilhões para as ações na B3 entre 3 e 24 de janeiro.
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