São Paulo — Após duas semanas de oscilações atípicas de suas ações (ARZZ3), o grupo de moda Arezzo confirmou, nesta quinta-feira (27), que vai tentar levantar até R$ 830 milhões em uma oferta pública (follow-on), prevista para ser precificada no próximo dia 3 de fevereiro. Os recursos serão usados, segundo a companhia, para abrir lojas, desenvolver marcas, investir em plataforma digital e pagar operações de M&A (fusões e aquisições).
Antes da confirmação oficial da oferta pública restrita, que tem o Itaú BBA como coordenador líder, a ação da Arezzo saltou de R$ 68,38 no último dia 13, para R$ 81,91 ontem (26). O volume de negócios com o papel pulou de R$ 52,5 milhões (dia 13) para R$ 109,7 milhões, ontem.
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A B3 enviou ofício à companhia pedindo esclarecimento sobre os motivos para essas variações. O diretor de relações com investidores da Arezzo, Rafael Sachete, respondeu o seguinte: “As variações relacionadas às ações de sua emissão estão correspondentes às variações verificadas no setor de atuação da companhia, de forma que a companhia entende que não ocorreu oscilação atípica com as suas emissões”.
O executivo citou a divulgação do fato relevante sobre a oferta pública, fazendo uma ressalva. “A companhia esclarece que não tem conhecimento de qualquer informação relacionada à referida oferta tenha escapado ao controle, de forma que acredita que as variações na negociação informadas por meio do ofício não estão relacionadas a essa operação”, respondeu Sachete.
O diretor da Arezzo também mencionou um comunicado sobre a conclusão da aquisição da empresa da influenciadora Carol Bassi, anunciada em novembro. “A companhia não entende que o fechamento da operação tenha tido potencial de influenciar a negociação das ações”, considerou o executivo.
Além do Itaú BBA (líder), também são coordenadores do follow-on da Arezzo o BTG Pactual, Bank of America, XP e Santander. As ações emitidas pela oferta púbica devem começar a ser negociadas na B3 no dia 7 de fevereiro.
Recomendação
O papel da Arezzo começou o ano sendo recomendado por algumas corretoras. A Ativa Investimentos, por exemplo, incluiu a ação do grupo de moda em suas três opções de risco médio para 2022.
“Dada a atual conjuntura macroeconômica, a companhia deve se destacar em relação às concorrentes em razão de sua exposição às classes A e B, além de se beneficiar da demanda reprimida no setor após a pandemia. Também vemos o crescimento de Arezzo, com as aberturas de novas lojas e o digital, como menos dependente do cenário político e mais dependente de sua própria execução”, avaliou Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos. No grupo de risco médio em que está ARZZ3, a corretora também incluiu Assaí (ASAI3) e Petz (PETZ3).
Após o anúncio do follow-on, o banco norte-americano Goldman Sachs divulgou relatório reiterando a recomendação de compra para o papel, vendo um potencial de valorização de 38% com preço-alvo de R$ 113,12 (12 meses). A instituição considerou que o dinheiro a ser captado com a oferta permitirá à companhia maior flexibilidade em seus planos de crescimento, em sua ambição de construir uma “house of brands” no país, melhorando a liquidez da companhia.
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