Mercados em alta na Europa e nos EUA em dia de decisão do Fed

Bolsas europeias e futuros de índices nos EUA operam com valorização, recuperando parte das perdas recentes; foco do dia é a política monetária do Fed

As variáveis que orientarão os mercados
26 de Janeiro, 2022 | 08:38 AM

Barcelona, Espanha — Depois das recentes perdas, as bolsas europeias e os futuros de índices nos Estados Unidos esboçam ganhos. A jornada, contudo, deve ser incerta, pois hoje é o tão esperado dia de o Federal (Fed) arbitrar sobre sua política monetária, que deve sinalizar juros maiores no intento de debelar a inflação.

Todos os olhos estarão postos, de maneira absoluta e irrestrita, sobre o Fed. Os operadores estão ansiosos para saber quão agressivo será o Fed para controlar a inflação. Quantas vezes aumentará os juros para frear o consumo e estabilizar os preços – e a que proporção? Decidirá pela redução do seu balanço patrimonial? Como o fará?

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São muitas as perguntas e muitas as incertezas que rondam o mercado. O efeito ômicron sobre as economias globais, o comportamento das cadeias de abastecimento, os preços nas alturas das commodities energéticas, as tensões geopolíticas protagonizadas pela Rússia...

Além destes elementos que turvam o horizonte, balanços corporativos e dados macroeconômicos também ditarão o rumo dos operadores. Com tantos fatores em jogo, é de se esperar que a sessão de hoje seja volátil, com a cautela orientando as decisões de investimento. Também é uma boa oportunidade para os caçadores de barganhas.

  • Há quem diga que muitas das más notícias para a renda variável já foram descontadas. Nas bolsas europeias, que encadeiam altas desde a abertura, as ações de empresas de viagens e mineradoras são as que mais sobem. Entre os contratos indexados aos índices norte-americanos, as ações de tecnologia retomam o protagonismo. Microsoft Corp. (MSTF) e Texas Instruments Inc. ganhavam nas operações que antecedem a abertura das bolsas.
  • Os prêmios dos bônus de 10 anos do Tesouro dos EUA subiam. O bitcoin voltava a se recuperar, no caminho dos US$ 38 mil. E o petróleo se mantinha acima dos US$ 85 por barril, repercutindo as estimativas da indústria mostrando uma queda das reservas dos EUA. A tensão Rússia-Ucrânia também mantém os preços elevados, já que um conflito poderia afetar o abastecimento da commodity.

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Depois das perdas recentes, caçadores de barganhas entram em ação

🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,19%), S&P 500 (-1,22%), Nasdaq (-2,28%), Stoxx 600 (+0,71%), Ibovespa (+2,10%)

Outra sessão volátil. Em uma verdadeira gangorra, o S&P 500 chegou a cair 2,79% durante o dia, se situou no azul por alguns minutos e, no final do dia, terminou outra vez no vermelho. A perspectiva de um aperto monetário pelo Fed já em março e as crescentes tensões geopolíticas marcaram o dia.

Na agenda

  • 📌 Decisão de juros do Federal Reserve e entrevista coletiva do presidente Jerome Powell
  • Decisão da taxa de juros do Banco do Canadá
  • Relatório de estoque de petróleo bruto da EIA
  • Balanços: Tesla, Abbott Laboratories, Intel, AT&T, Boeing
  • Brasil: IPCA-15

Quinta-feira, 27

  • EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
  • Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics

Sexta-feira, 28

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  • EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
  • Balanços: Chevron, Caterpillar

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-- Com informações de Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.