Barcelona, Espanha — Depois das recentes perdas, as bolsas europeias e os futuros de índices nos Estados Unidos esboçam ganhos. A jornada, contudo, deve ser incerta, pois hoje é o tão esperado dia de o Federal (Fed) arbitrar sobre sua política monetária, que deve sinalizar juros maiores no intento de debelar a inflação.
Todos os olhos estarão postos, de maneira absoluta e irrestrita, sobre o Fed. Os operadores estão ansiosos para saber quão agressivo será o Fed para controlar a inflação. Quantas vezes aumentará os juros para frear o consumo e estabilizar os preços – e a que proporção? Decidirá pela redução do seu balanço patrimonial? Como o fará?
São muitas as perguntas e muitas as incertezas que rondam o mercado. O efeito ômicron sobre as economias globais, o comportamento das cadeias de abastecimento, os preços nas alturas das commodities energéticas, as tensões geopolíticas protagonizadas pela Rússia...
Além destes elementos que turvam o horizonte, balanços corporativos e dados macroeconômicos também ditarão o rumo dos operadores. Com tantos fatores em jogo, é de se esperar que a sessão de hoje seja volátil, com a cautela orientando as decisões de investimento. Também é uma boa oportunidade para os caçadores de barganhas.
- Há quem diga que muitas das más notícias para a renda variável já foram descontadas. Nas bolsas europeias, que encadeiam altas desde a abertura, as ações de empresas de viagens e mineradoras são as que mais sobem. Entre os contratos indexados aos índices norte-americanos, as ações de tecnologia retomam o protagonismo. Microsoft Corp. (MSTF) e Texas Instruments Inc. ganhavam nas operações que antecedem a abertura das bolsas.
- Os prêmios dos bônus de 10 anos do Tesouro dos EUA subiam. O bitcoin voltava a se recuperar, no caminho dos US$ 38 mil. E o petróleo se mantinha acima dos US$ 85 por barril, repercutindo as estimativas da indústria mostrando uma queda das reservas dos EUA. A tensão Rússia-Ucrânia também mantém os preços elevados, já que um conflito poderia afetar o abastecimento da commodity.
Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Mobilidade aérea sustentável na AL
🟢 As bolsas ontem: Dow (-0,19%), S&P 500 (-1,22%), Nasdaq (-2,28%), Stoxx 600 (+0,71%), Ibovespa (+2,10%)
Outra sessão volátil. Em uma verdadeira gangorra, o S&P 500 chegou a cair 2,79% durante o dia, se situou no azul por alguns minutos e, no final do dia, terminou outra vez no vermelho. A perspectiva de um aperto monetário pelo Fed já em março e as crescentes tensões geopolíticas marcaram o dia.
Na agenda
- 📌 Decisão de juros do Federal Reserve e entrevista coletiva do presidente Jerome Powell
- Decisão da taxa de juros do Banco do Canadá
- Relatório de estoque de petróleo bruto da EIA
- Balanços: Tesla, Abbott Laboratories, Intel, AT&T, Boeing
- Brasil: IPCA-15
Quinta-feira, 27
- EUA: Dados de crescimento do PIB no quarto trimestre, além de pedidos iniciais de seguro-desemprego e bens duráveis
- Balanços: Apple, Visa, Mastercard, Comcast, McDonald’s, SAP, Samsung Electronics
Sexta-feira, 28
- EUA: Renda do consumidor, sentimento do consumidor da Universidade de Michigan
- Balanços: Chevron, Caterpillar
Leia também:
Alta da inflação ameaça legado do presidente do BC dos EUA
Petróleo sobe para US$ 89 com foco em estoques e na Ucrânia
Petróleo sobe para US$ 89 com foco em estoques e na Ucrânia
Ações dos EUA historicamente têm fortes ganhos em ciclos de alta do Fed
-- Com informações de Bloomberg News